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Uma vistoria técnica conjunta, realizada de bicicleta por ciclistas e representantes da Prefeitura de Curitiba, elaborou um relatório sobre os pontos mais críticos da ciclovia que liga o Rebouças ao Centro Cívico, em Curitiba, uma das mais movimentadas da cidade. O documento aponta oito pontos que necessitam que uma intervenção urgente quanto à mobilidade, segurança e conforto dos usuários da bicicleta como meio de transporte.

Estiveram presentes na vistoria, no fim de janeiro, membros da Associção de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu), agentes da ciclopatrulha da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) e o secretário da pasta, Marcelo Araújo, além de técnicos da Urbs e engenheiros do Ippuc. O Ir e Vir de Bike também acompanhou a análise do trecho.

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O relatório da vistoria foi apresentado aos ciclistas no dia 9 de fevereiro e os órgãos municipais se comprometeram a divulgar, em até 10 dias, um parecer final sobre as mediadas a serem adotadas — o prazo expirou no dia 20 de fevereiro.

Passados quatro meses desde a visita a campo, apenas 15% das intervenções apresentadas pela Prefeitura foram executadas: a instalação de um semáforo para pedestres e ciclistas no cruzamento da Ruas Marechal Deodoro e Mariano Torres (3º ponto do relatório) e a sinalização parcial, com pintura de faixas vermelhas nos cruzamento da ciclovia com as ruas Aristides Teixeira e Lysimaco Ferreira da Costa, no Centro Cívico (8º ponto).

Neste caso, porém, apenas uma das quatro etapas apontadas no relatório foram executadas. Além da pintura indicativa de trajeto de ciclistas, a Setran propôs a implantação de faixa de pedestres e conjunto com sinalização, faixas educativas e agentes de trânsito orientando quanto ao comportamento dos motoristas diante do cruzamento. Apenas a primeira parte foi executada.

Todos os outros pontos ainda estão pendentes, inclusive situações absurdas, como a ausência de guia rebaixada e desalinhamento em alguns cruzamentos (5º ponto).

Das propostas apresentadas pelo Ippuc, apenas a do cruzamento entre a Mariano Torres e Visconde de Guarapuava (2º ponto) soa bizarra: construir um “caminho de rato”, distante 20 metros do cruzamento, para forçar a travessia de ciclistas e pedestres de forma a não atrapalhar o fluxo de veículos — o que os obrigaria a percorrerem 50 metros a mais para efetuar uma travessia.

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O argumento de que a “solução” ajudaria a desafogar o transporte público é uma falácia. Vamos testar nossa inteligência: o que realmente causa congestionamentos prejudicando, inclusive, os usuários do transporte público? O excesso de carros nas ruas ou os pedestres atravessando a rua no sinal verde, sem ter de correr ou andar mais 50 metros para isso?

Não precisa ter um diploma de engenheiro ou ter passado no concurso público do Ippuc para conseguir responder essa questão da maneira correta.

Esta é uma situação absurda que inverte mais uma vez a lógica, dando preferência aos carros em detrimento da segurança de ciclistas e pedestres.

O trecho em questão, aliás, é bastante simbólico. Antes, sequer havia sinaleiro para travessia de pedestres no local. O equipamento foi instalado em novembro após solicitação da CicloIguaçu, mas a Prefeitura o colocou distante do eixo de deslocamento de ciclistas e pedestres. Somente após novos pedidos e reclamações é que os postes foram reinstalados próximos à via.

Mesmo assim, o problema continuou: como o Ir e Vir de Bike denunciou, inicialmente, o semáforo para pedestres instalado no local dava apenas 5 segundos de sinal verde para a travessia. O tempo foi aumentado para “surpreendentes” 15 segundos.

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Mas, pelas leis da cinética, um pedestre precisaria de, no mínimo, 21,5 segundos de sinal verde para completar a travessia em segurança. Pelas leis de trânsito, o pedestre deveria ter a preferência. Pelas leis do bom senso, tudo isso deveria ser observado pelos que planejam e executam o trânsito da nossa cidade.

Especificamente neste cruzamento, é preciso que a Prefeitura reavalie a “solução” apresentada. Afinal, é mais simples e sensato reprogramar o semáforo para os 21,5 segundos, com acionamento imediato, do que gastar dinheiro público com uma intervenção mal planejada e que, no fim das contas, será solenemente ignorada, potencializando a situação de riscos de acidentes no local .

De qualquer forma, é preciso reconhecer que a Prefeitura se mostrou aberta ao diálogo e o secretário Marcelo Araújo, que pedalou pelos 8 pontos, pode constatar in loco as necessidades dos ciclistas curitibanos. Mas, muito ainda precisa ser feito: 85%, para ser mais exato. É preciso agilidade na implantação das intervenções e no cumprimento dos 8 compromissos assumidos com os ciclistas.

Clique aqui e baixe o pdf do relatório completo

Confira abaixo as sugestões apresentadas pelo relatório da Setran para melhorar a mobilidade em Curitiba:

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