Agentes da ciclopatrulha da Setran têm o poder de fiscalizar e multar infrações de trânsito, inclusive as cometidas contra os ciclistas. Mas não o usam…
A partir dessa segunda-feira (16), Curitiba volta a ter uma autoridade responsável pela fiscalização do trânsito da cidade. A Prefeitura oficializou na manhã de hoje a Secretaria de Trânsito (Setran), que assume o papel da Diretran no trabalho de fiscalização, orientação, educação e engenharia de trânsito.
A grande novidade na reestruturação do órgão foi a criação da ciclopatrulha, unidade formada por agentes da Setran que farão rondas e fiscalizão do trânsito com o uso de bicicletas.
A criação da ciclopatrulha havia sido adiantada, em primeira mão, pelo Ir e Vir de Bike no dia 30/11/2011.
Inicialmente, a Setran terá 4 bicicletas, que serão usadas por duas duplas de agentes. Em uma segunda fase, outros 16 equipamentos serão incorporados à frota, totalizando 20 bicicletas. A complementação da frota, entretanto, ainda depende de trâmites internos da Setran e da Prefeitura e deve ser concretizada nos próximos meses.
“A cidade merece ter um trânsito seguro, onde as pessoas possam ter a tranquilidade de sair de bicicleta, que é hoje uma realidade”, disse o secretário municipal de Trânsito, Marcelo Araújo.
Segundo ele, o trabalho da Setran terá um foco especial na educação. “É preciso respeitar as pessoas ao invés dos carros, priorizar o não motorizado sobre o motorizado, o coletivo sobre o individual”, afirmou. “Nosso objetivo é fazer o ideal, diante do possível, obedecendo o leagal”, completou o secretário.
Para o prefeito Luciano Ducci (PSB), a ciclopatrulha terá o papel de inserir a bicicleta no contexto do trânsito da cidade. “Tanto na área de mobilidade e deslocamento, é um aprendizado para a própria secretaria trabalhar melhor a convivência entre o motorista de carro e o ciclista”, disse.
Prefeito Luciano Ducci ao lado da ciclopatrulha: “Agentes terão o poder de autuar de forma legal”.
O agente de trânsito Fernando César, que já é ciclista há cinco anos, é um dos da ciclopatrulha. Ele lembra que os agentes têm o poder de fiscalizar e multar infrações, inclusive as cometidas por motoristas contra os ciclistas. Ainda assim, o agente afirma que a ideia, em um primeiro momento, é trabalhar mais com a educação e orientação.
“Infelizmente o curitibano ainda não tem essa cultura da bicicleta no trânsito. Mas a população, com certeza, vai aprender com o tempo a respeitar os ciclistas”, disse.
A agente Teresa, chefe da equipe, avalia que a simples presença dos agentes sobre as bicicletas já terá um papel pedagógico. “O condutor vendo a gente na bicicleta vai aprender a respeitar”, garante.
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