Durante a sabatina realizada com o ministro Sergio Moro na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (2), mais um parlamentar paranaense recorreu à expressão “tchutchuca e tigrão” para provocar adversários políticos. Em sua intervenção, o deputado Filipe Barros (PSL) usou a estratégia retórica para criticar os petistas e especialmente o deputado Zeca Dirceu, que em abril recorreu ao “tchutchucas e tigrões” para provocar o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Quero parafrasear aqui um deputado cujo pai é o criminoso José Dirceu: o PT é tchutchuca com corruptos e criminosos e tigrão com a Lava Jato”, afirmou após defender a atuação do ministro Sérgio Moro.
Ao pedir direito de resposta para contestar Filipe Barros, Zeca Dirceu – que meses antes usou a mesma expressão – disse “lamentar a ofensa”. “Para ele me agredir, precisa usar meu pai. Não tem uma vírgula para falar a meu respeito”, disse.
Com a fala desta terça-feira, Barros se alinha a uma tradição da política paranaense. A curiosa historiografia do uso da expressão entre parlamentares do estado – obra que começou com o jornalista André Gonçalves – mostra que o primeiro a adotar o termo foi Roberto Requião (MDB). O ex-senador usou a expressão em 2002 em referência ao comportamento “tigrão” dos então irmãos senadores Alvaro e Osmar Dias contra a corrupção no Paraná e “tchutchuca” em relação ao governo FHC em Brasília.
Dez anos depois, Fernando Francischini e Dr. Rosinha (PT) quase foram às vias de fato durante uma sessão da CPMI do Caso Cachoeira. Ainda segundo os registros de André Gonçalves, o início da confusão aconteceu quando Francischini acusou o relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG), de ser “tchutchuca” quando tratava do governador Agnelo Queiroz (PT-DF) e “tigrão” ao mencionar Marconi Perillo (PSDB-GO).
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