Depois de algumas semanas de brigas internas no PSL que desgastaram sua imagem pública, o deputado paranaense Felipe Francischini está agora em posição privilegiada para reconstruir sua relação com o bolsonarismo e para aprofundar laços com o lavajatismo. Após a decisão do Supremo Tribunal Federal de impedir a prisão antes do trânsito em julgado, o deputado, que preside a Comissão de Constituição e Justiça na Câmara, vai acelerar a tramitação de uma PEC que permite por vias legislativas a prisão após julgamento em segunda instância.
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Na tarde de sexta-feira (8), enquanto todas as atenções estavam voltadas para Curitiba, onde se discutia a soltura do ex-presidente Lula, Francischini convocou uma coletiva que se pretendia o anticlímax da festa petista.
Do salão verde da Câmara, ele anunciou que tentará pautar a PEC na CCJ já na segunda-feira (11), dia em que as comissões não costumam se reunir. Para isso, ele relatou estar telefonando para os membros da comissão e pedindo que adiantem sua volta a Brasília após o fim de semana em suas bases. Essa articulação incomum para a tramitação do projeto dá a dimensão da importância que o presidente da CCJ dá para essa matéria.
Na coletiva, Francischini reconheceu a dificuldade em se aprovar uma PEC como essa, mas afirmou ter feito um mapeamento de votos que indicar haver um clima favorável para a aprovação da PEC na CCJ.
A decisão do STF e a consequente soltura de Lula reavivam o sentimento que fundou o bolsonarismo como movimento político: o antipetismo. Portanto, Lula livre pode ser a primeira oportunidade de reorganização do PSL e do bolsonarismo na Câmara dos Deputados. E, como presidente da CCJ, Francischini garante protagonismo nesse processo.
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