Presidente Lula miminiza 200 mil mortes ocorridas na guerra da Ucrânia.| Foto: Ricardo Stuckert / PR
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O presidente Lula gastou R$ 7,87 milhões com cartões corporativos até agosto. O valor representa 50% a mais do que Bolsonaro no mesmo período em 2019 – R$ 5,2 milhões (com valores já atualizados pela inflação). As maiores despesas de Lula aconteceram em maio – R$ 1,95 milhão, mas elas estão registradas em junho porque os valores publicados pela Presidência da República são relativos aos gastos do mês anterior.

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Os cartões corporativos pagam despesas de viagens internacionais, como taxas aeroportuárias e despesas extraordinárias. Mas pagam também as compras de alimentos para o presidente, seus familiares e servidores, além dos banquetes oferecidos no Palácio da Alvorada. Reportagens do blog mostraram a gastança com bebidas caras e sofisticadas nos dois primeiros governos de Lula e de Dilma Rousseff.

O detalhamento dos gastos com os cartões corporativos fica em sigilo durante o mandato presidencial por questões de segurança, segundo afirma a Presidência da República. Os dados secretos são desclassificados e divulgados após o término dos mandatos. Tanto nos governos petistas como no governo Bolsonaro, os documentos liberados revelam o pagamento de hospedagem e alimentação para centenas de servidores da Presidência e para militares que fazem a segurança dos presidentes.

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O fim do sigilo sobre os gastos com cartão corporativo de Lula, em 2019, revelou alguns hábitos de consumo da presidência durante o governo do petista. Garrafas de cachaça Havana chegavam a R$ 390 a unidade. Havia também picanha especial, filé mignon, bacalhau e muita rabada – o prato predileto dele. Também houve a compra de barbatana de tubarão.

Os gastos mês a mês

Os gastos de Lula no atual governo começaram moderados. Foram R$ 382 mil em fevereiro (relativos a janeiro). Em março, já estavam em R$ 857 mil. Em abril, superaram R$ 1 milhão pela primeira vez. Em maio, alcançaram R$ 1,5 milhão. No mês de junho, chegaram ao valor máximo – R$ 1,95 milhão. Naquele mês, foram pagas despesas das viagens para Roma, Paris, Japão e Londres, realizadas no mês anterior.

Bolsonaro iniciou o seu governo gastando muito. Foram R$ 805 mil (atualizados) em fevereiro de 2019, com despesas relativas a janeiro. Caiu nos meses seguintes, ficando em torno de R$ 500 mil. Em maio, os gastos chegaram R$ 750 mil. E foram subindo aos poucos, até chegar aos R$ 912 mil em agosto (relativos a julho).

Quem gastou mais no passado

No início deste ano, foram divulgados dados completos sobre os gastos com cartões corporativos. Jair Bolsonaro encerrou o mandato com um total de R$ 27,6 milhões. A mesa de Bolsonaro também era farta e sofisticada, mas não alcançou os valores de Lula e Dilma Rousseff, que gastaram R$ 62 milhões e R$ 43 milhões nos seus primeiros mandatos, em valores atualizados pela inflação em janeiro deste ano.

No segundo mandato, de 2007 a 2010, Lula torrou mais R$ 50 milhões (atualizados). Os dados da Presidência da República foram obtidos pelo blog por meio da Lei de Acesso à Informação. A maior despesa dos presidentes da República com cartões corporativos foi feita com hospedagem – R$ 104 milhões. Em segundo lugar, veio a despesa com gêneros de alimentação – R$32 milhões. Nos seus dois mandatos, Lula investiu cerca de R$ 44 milhões com hospedagem da comitiva presidencial, assessores e seguranças.

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Bolsonaro sempre afirmou que procurava economizar nas viagens presidenciais se hospedando em instalações militares. Mas gastou R$ 13,7 milhões com hotéis. Ele gastou mais R$ 5,8 milhões com gêneros alimentícios. Torrou R$ 820 mil no sofisticado Mercadinho La Palma. Gastou mais R$ 380 mil na Peixaria Guará, onde as 20 maiores compras somaram R$ 60 mil.