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Bolsonaro e ministros comemoram a chegada das Águas do Rio São Francisco em Jardim das Piranhas (RN)
Bolsonaro e ministros comemoram a chegada das Águas do Rio São Francisco em Jardim das Piranhas (RN)| Foto: Alan Santos

O presidente Jair Bolsonaro bateu o recorde de despesas com os cartões corporativos em 12 meses – R$ 11,5 milhões (de abril de 2021 a março deste ano). Entre os motivos dessa gastança estão as férias aprazíveis no Guarujá e em São Francisco do Sul (SC), a visita ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e inaugurações e visitas a obras do governo – cinco delas em apenas dois dias.

Os cartões corporativos dos presidentes da República pagam despesas de viagens, como serviços em aeroportos, hospedagem e refeições de integrantes da comitiva presidencial e de seguranças. Pagam também as despesas pessoais do presidente e de seus familiares no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Os pagamentos cobrem as despesas feitas no mês anterior.

Os gastos com cartões corporativos em dezembro – pagos em janeiro – somaram R$ 1,34 milhão. A viagem ao Guarujá (SP), em dezembro, o onde Bolsonaro ficou hospedado no Forte dos Andradas, custou R$ 922 mil, incluindo os gastos com cartões corporativos e diárias de segurança e assessores. Não estão computas ainda as despesas com a estada no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul.

Em entrevista no Hospital Vila Nova Star, dia 5 de janeiro, o presidente negou que tenha tirado férias: “Fizemos coisas fantásticas ao longo desses dias. O presidente não tem férias. É maldoso quem fala que eu estou de férias. Eu dou as minhas fugidas de jet ski”. A agenda presidencial registra uma carga horária de trabalho muito limitada durante o retiro do presidente nas naquelas praias.

Segundo a agenda oficial, o presidente manteve 10 audiências por “videoconferência” – cinco quando estava no Guarujá e mais cinco em São Francisco – sendo oito delas com o subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência, Pedro Cesar Sousa. Quatro audiências tiveram duração de 15 minutos – duas com Pedro Sousa e as outras com os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Anderson Torres (Justiça). Outras cinco videoconferências duraram 30 minutos. Entre uma e outra “audiência”, o presidente dava as suas "fugidas".

Maratona de visitas a obras

Os pagamentos de cartões corporativos em março – relativos a despesas feitas em fevereiro – somaram R$ 1,07 milhão. Com baixos índices nas pesquisas de opinião, Bolsonaro foi para as ruas. No dia 8 de fevereiro, Bolsonaro voou bem cedo no Airbus presidencial para Salgueiro (PE), para a inauguração do Núcleo de Controle Operacional da Transposição do Rio São Francisco, às 11h. Seguiu viagem para Jati (CE) às 12h25. Foi um voo de apenas 10 minutos. Às 13h15, já estava na cerimônia de Liberação das Águas do Rio São Francisco para o Ceará.

Ato de liberação das águas do São Francisco para o Ceará. Foto: Alan Santos/PR
Ato de liberação das águas do São Francisco para o Ceará. Foto: Alan Santos/PR| Alan Santos

Partiu às 14h45 para São José das Piranhas (RN), onde fez “visita técnica” de 35 minutos no Reservatório Caiçara, a partir das 15h25. Às 16h rumou para Caicó (RN), onde dormiu. Na manhã seguinte, partiu às 7h30 para Jucurutu, para visitar a Barragem de Oiticica e anunciar investimentos para a Região. Seguiu para Jardins das Piranhas (RN), às 11h, para participar da cerimônia alusiva à chegada das águas do Rio São Francisco Rio Grande do Norte, a partir das 13h20. Retornou à Brasília às 14h50.

“Somos solidários à Rússia”

De 14 a 17 esteve em Moscou (Rússia) e Budapeste (Hungria). No encontro com Putin, que preparava a invasão da Ucrânia, Bolsonaro atrapalhou-se com as palavras e afirmou: “Somos solidários à Rússia”. O presidente brasileiro passou a ser pressionado pela comunidade internacional a assumir uma posição crítica em relação à Rússia, mas anunciou a sua neutralidade, por causa dos negócios com Rússia e Ucrânia.

No retorno, fez sobrevoo em áreas afetadas pelas chuvas em Petrópolis e reunião de trabalho sobre medidas emergenciais do governo federal no município. Em 24 de fevereiro, esteve na cerimônia de inauguração da Travessia Urbana de São José do Rio Preto (SP) e na inauguração dos Reservatórios do Córrego Ipiranga, em São Paulo.

Onde ainda não tem obra para visitar ou inaugurar, tem lançamento de pedra fundamental. Em janeiro, já havia participado do Lançamento do Cabo da Infovia do Programa Norte Conectado, em Macapá; da Pré-Partida da Unidade de Processamento de Gás Natural, em Itaboraí (RJ); e do lançamento da pedra fundamental da Usina Termelétrica Gás Natural Açu II, em São João da Barra (RJ).

Mas o presidente também prestigiou os militares. Em dezembro, esteve na Cerimônia do 60º Aniversário de Ativação do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa e Recebimento da 5ª Aeronave KC-390, em Anápolis; na formatura do curso de formação de sargentos da Escola de Sargentos de Logística, no Rio de Janeiro; na declaração de aspirantes da Força Aérea Brasileira, em Pirassununga (SP); e na declaração de guardas-marinha, no Rio de Janeiro. As viagens às festividades militares custaram R$ 500 mil, incluindo cartões e diárias. Como mostrou o blog, Bolsonaro gastou R$ 13,7 milhões com visitas a cerimônias militares.

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