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O senador Carlos Portinho presidindo sessão da Comissão de Assuntos Sociais. Ele pagou um salário mínimo por um banquete
O senador Carlos Portinho presidindo sessão da Comissão de Assuntos Sociais. Ele pagou um salário mínimo por um banquete| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

O senador Giordano (MDB-SP) pagou R$ 990 por um almoço na churrascaria Rodeio, em São Paulo, dia 8 de março. Só a picanha para duas pessoas custou R$ 385 – quase um Auxílio Brasil. O Senado descontou a gorjeta – R$ 129 – e reembolsou o senador em R$ 860. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) ofereceu um banquete para oito pessoas no Paraíso, em Resende (RJ), no valor de R$ 1.264 – pouco mais que o salário mínimo. O reembolso ficou em R$ 1.149. Foi um almoço com a sua equipe e políticos do município. O contribuinte bancou tudo, é claro.

A gastança dos senadores envolve também o aluguel de carrões importados. A senadora Eliana Nogueira (PP-PI), que herdou o mandato do senador Ciro Nogueira, seu filho, agora ministro chefe da Casa Civil, parou de torrar dinheiro em combustível para avião. Está agora alugando uma Toyota Hilux por R$ 15 mil ao mês – valor bem acima da média da locação desses veículos. Telmário Motta (PROS-RR) está alugando uma Nissan/Frontier e uma Mitsubishi/Triton por R$ 12 mil cada uma.

Retornando à gastronomia, o senador Giordano, que assumiu o mandato com a morte do titular, Major Olímpio (PSL-SP), retornou à churrascaria Rodeio no dia 21 de março e pagou R$ 242 por uma picanha para uma pessoa, numa despesa total de R$ 934 – R$ 812 descontando a gorjeta. Até abril, ele já gastou R$ 31 mil com refeições. As 40 maiores despesas têm o valor médio de R$ 400 – exatamente o auxílio que mantém por um mês uma família de brasileiros miseráveis.

O senador Giordano (MDB-SP) pagou o valor do Auxílio Brasil por uma picanha. Foto: Senado Federal
O senador Giordano (MDB-SP) pagou o valor do Auxílio Brasil por uma picanha. Foto: Senado Federal

Portinho gastou mais R$ 741 no restaurante Piscius, no Leblon, num “jantar com equipe” após palestras no Rio Innovation Week. Kátia Abreu (PP-TO) gastou R$ 728 num almoço na churrascaria Portal do Sul, em Palmas, sem detalhar a despesa.

Senador revela despesas misteriosas

Telmário Motta está agora alugando os seus carrões numa empresa, a MR Empreendimentos, em Boa Vista. O Senado passou a divulgar as notas fiscais das despesas dos senadores em maio de 2019. Daquela data a junho de 2021, Motta alugava uma Triton L200 de Daura de Oliveira Paiva, pelo valor mensal de R$ 18 mil. O blog questionava por que o senador fazia a locação com uma pessoa física, em valor muito acima do mercado. Ele nunca respondeu o motivo.

Antes da transparência chegar, Motta fazia pagamentos mensais de até R$ 20 mil a pessoas físicas como Marines Feitosa e Francisco Almeida, sem informar a natureza do serviço. Em março de 2018, chegou a fazer dois pagamentos no valor total de R$ 28 mil a Almeida. Naquela época, o blog questionava quais serviços eram prestados pelos dois. O senador nada respondia.

Mecias de Jesus (Republicanos-RR) vem alugando uma Trailblazer por R$ 10,5 mil ao mês. Lucas Barreto (PSD-AP), aluga uma Triton por R$ 8,5 mil. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) paga R$ 8 mil pelo aluguel de uma Hilux. Carlos Fávaro (PSD-MT) aluga uma caminhonete Amarok, com valores que variam de R$ 8,5 mil a R$ 13,6 mil por mês. Ângelo Coronel (PSD-BA) alugou uma Amarok por R$ 9,9 mil em janeiro e março.

Jaques Wagner (PT-BA) alugou logo uma frota de veículos: uma caminhonete Toro, um Compass Jeep e um Toyota/Corolla – tudo por R$ 13 mil. O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) torra o dinheiro do contribuinte de outra maneira. Em março e abril, gastou R$ 56 mil com combustível para aviação. O Senado abastece o tanque da aeronave de Gurgacz, em Ji-Paraná, onde tem residência, e em Porto Velho.

Gasto de "natureza política”, diz Giordano

O senador Giordano foi questionado se não seria exagero pagar por uma refeição quase um Auxílio Brasil. A assessoria do senador respondeu que, “em relação à indagação realizada, o gabinete parlamentar lhes esclarece, no que se refere aos ressarcimentos de alimentação, que todos os pedidos são feitos em respeito às normas legais, estando restritos a compromissos de natureza política de representação parlamentar,  nos moldes do regramento estabelecido pelo Senado Federal, razão pela qual os referidos ressarcimentos são deferidos pela casa legislativa, estando todos eles estritamente atrelados ao desempenho do mandato parlamentar.”

A assessoria do senador Jaques Wagner afirmou que a locação de veículos “está dentro dos parâmetros regulamentados para o adequado exercício do mandato parlamentar, portanto, não tem nada de atípica. Os veículos locados atendem o escritório do senador em deslocamentos da equipe em agendas em todo o estado da Bahia”. Os demais senadores não responderam aos questionamentos do Blog.

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