A viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro e da sua mulher, Michelle, a Orlando, na Flórida (EUA) custou R$ 170 mil aos cofres públicos, segundo registros da Presidência da República. A comitiva contou com 39 assessores e seguranças, entre eles os tenentes coronéis Mauro César Cid, pivô da exoneração do comandante do Exército, e Marcelo Ustra, primo do coronel Brilhante Ustra, primeiro militar brasileiro condenado pela prática de tortura.
O blog já havia informado que Bolsonaro, na condição de ex-presidente da República, havia gerado uma despesa de R$ 63,5 mil, de 1º a 15 de janeiro deste ano, com serviços de assessoria, segurança e apoio prestados por dois militares em Orlando. Agora o blog obteve, por meio da Lei de Acesso à Informação, os gastos da comitiva presidencial e de familiar – no caso, a então primeira-dama Michelle Bolsonaro – no final de 2022. Foram R$ 106,5 mil
A comitiva contou com oito oficiais superiores (de major a coronel) e 14 sargentos, além de suboficiais e oficiais menos graduados. O presidente e a comitiva presidencial contaram com 20 assessores e seguranças, parte deles integrantes do Escalão Avançado (Escav). Quase a totalidade viajou em aeronave oficial, retornando ao Brasil no dia 1º de janeiro, sem o ex-presidente, que permaneceu nos Estados Unidos.
Estopim da queda do comandante do Exército
Mauro César Cid, chefe da ajudância de ordens do presidente Bolsonaro, foi destacado para compor o escalão avançado na viagem para Orlando. Nos registros da sua viagem, consta que ele partiu de Brasília para Miami (EUA) no dia 30 de dezembro, em aeronave oficial, com destino a Miami. E retorno no dia 1º de janeiro em voo comercial, pagando R$ 3,7 mil pela passagem aérea e seguro viagem.
O estopim para que Lula determinasse a troca no Comando do Exécito foi a resistência do comandante César de Arruda em barrar a nomeação de Mauro Cesar Cid para a chefia do 1º Batalhão de Ações de Comandos do Exército em Goiânia (GO). Cid era ajudante de ordens da Presidência no governo de Jair Bolsonaro e visto com um dos homens de confiança do ex-presidente dentro do Exército.
A sargento Aline Amâncio de Oliveira integrou a equipe de segurança em poio à viagem de familiar do então presidente Bolsonaro. Ela viajou dia 28 de dezembro para Miami, em voo de carreira, e retornou a Brasília no dia seguinte. Recebeu uma diária e meia no valor de R$ 2,8 mil e pagou R$ 17,2 mil pelas passagens aéreas de ida e volta.
A viagem de seguranças para Orlando em janeiro deste ano está regulamentada pela Lei 7.474/1986, que prevê os benefícios para ex-presidentes. Eles têm direito a até oito seguranças, motoristas e assessores, com diárias e passagens pagas pela Presidência da República. Além disso, os presidentes contam com dois carros oficiais blindados, combustível, telefonia e internet.
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