No Brasil, se você for inteligente, você será corrupto, político ou juiz.| Foto: Evaristo Sá/AFP
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Máximas vindas do coração da peste: 1) Os idiotas da peste estão por toda parte. Seguem seu mito. Fazem pancadão e churrasco na cobertura do prédio. São responsáveis, indiretamente, em parte, pelas mortes ao dar sustentação a um governo irresponsável. Alguém ainda duvida de como nossa espécie é irracional?

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2) A vacinação centralizada no Estado é coisa de gente atrasada. Muita dessa gente atrasada tem diploma e é especialista em epidemiologia. Já temos mercado paralelo, corrupção, nepotismo e truques oportunistas de pessoas que se encostam em quem de fato está na linha de frente para faturar vacina furando a fila. A vacina virou mais um mercado para a corrupção. Quem quiser ver verá: nasce um canalha a cada instante.

3) Quanto mais a mídia esfregar na cara das pessoas um alto número de mortos, mais indiferente elas ficarão. Grandes calamidades são monótonas. Nunca subestime a potência da monotonia como causadora de indiferença ao sofrimento alheio. Faltou inteligência aos jornalistas –correndo atrás de "opiniões científicas" a todo custo, acabaram por ingressar em um frenesi de excesso de dados.

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4) A peste se tornou um grande mercado para oportunistas com ou sem diplomas virarem celebridades vendendo o terror. Revistas científicas de renome buscando furos. Artigos sem revisão pelos pares saem na mídia como verdade última acerca da não eficácia de vacinas. Cientistas buscando seus 15 minutos de sucesso. O vírus é parceiro da vaidade.

5) Grande parte do país é composta de retardados mentais em todos os espectros sociais e econômicos. Do pancadão à festa na cobertura do prédio, a saturação de gente boçal é gigantesca.

6) Os burocratas do Judiciário só querem aparecer, inclusive atrapalhando o que for necessário para desfilar o poder da suas canetas sobre nós, os mortais.

7) Os militares perderam uma grande chance de mostrar autonomia em relação ao mito e de se tornar uma força clara no combate à peste. As Forças Armadas hoje são uma sombra atrás do mito, que as chama de "meu exército".

8) A classe política brasileira, em grande parte, mais uma vez mostrou seu oportunismo politizando a peste, o tratamento e a vacina, fazendo do Brasil uma república das bananas.

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9) Em outras épocas, as igrejas –fossem de qualquer denominação– eram agentes claros de civilização e de combate a pestes. Pergunto: para além da preocupação com seus "dízimos", o que as igrejas têm, de fato, feito com protagonismo no combate à pandemia?

10) A peste já deveria ter derrubado Bolsonaro da Presidência, se as Casas Legislativas tivessem um mínimo de vergonha na cara.

11) O STF tampouco tem sido um agente exemplar na crise. Indiferente a ela, tenta furar a fila da vacina e finge estar preocupado com o país exigindo um plano de vacinação do inútil Ministério da Saúde, como se essa exigência tivesse alguma validade efetiva contra as mortes. Bravatas togadas.

12) No Brasil, a burocracia durante a pandemia tem demonstrado o quanto ela pode ser um entrave na solução dos problemas, mesmo quando essa burocracia vem de especialistas em saúde pública e em vacinas.

13) O Brasil é um país, em grande parte, de ladrões e de oportunistas. E essa gente mau-caráter pesa sobre os ombros de quem luta no dia a dia, na peste e mesmo além dela, para fazer do Brasil um país menos canalha. Eventos como este deixam claro o mau-caratismo de uma população. Em meio a ladrões e oportunistas há gente com ou sem casaca, com ou sem colarinho branco, com ou sem diploma, de todos os espectros ideológicos.

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14) Esquerda e direita têm demonstrado, ao longo da peste, o lixo que são.

15) No Brasil, se você for inteligente, você será corrupto, político ou juiz.

16) As redes sociais brilham com a luz de Hades. Entre os mais adictos nelas estão os veículos de mídia, que podem destruir a sua credibilidade à medida em que rezam no altar do "deus engajamento".

17) A peste prova que a humanidade não evolui moralmente um centímetro, apesar de o marketing vender o contrário.

18) A melhor coisa a fazer é não acompanhar mais o ruído. O silêncio e o quietismo são hoje formas de higiene pessoal.

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