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Foto: Antônio More
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O curitibano Kleverton Sviech tem uma relação totalmente atípica com o mundo da luta.

Até os 29 anos de idade, ele jamais havia praticado qualquer esporte de combate. Hoje, aos 34, desafia a recomendação médica — e o risco de perder o movimento das mãos — para viver o sonho de se tornar um lutador profissional de muay thai.

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“Em outubro de 2015, comecei a sentir dor nos pulsos depois de um treino e fui ao médico. O exame de ressonância magnética apontou que eu tenho rompimento parcial da cartilagem nas duas mãos. É degenerativo, não cicatriza”, conta Kleverton, dono de uma cafeteria dentro de um supermercado no bairro Cabral, em Curitiba.

“Fui em outro médico e ouvi a mesma coisa, que posso perder o movimento das mãos, tenho consciência disso. No terceiro médico também foi assim, mas ele ressaltou que a idade chegaria de qualquer jeito e eu poderia me arrepender de não ter tentado lutar mais um pouco”, recorda.

Desde então, Sviech já fez mais de 100 sessões de fisioterapia para aliviar a dor. Mas está se realizando. No mês passado, por exemplo, o paranaense voltou da Tailândia como campeão mundial amador, título que comemorou após dominar a categoria até 80 kg, primeiro no Paraná, depois no Brasil.

O combate na terra originária do muay thai, no entanto, foi contra um adversário de 95 kg. Como faltou rival para seu peso — e já estava do outro lado do mundo mesmo –, encarou um desafio tipo Davi x Golias.

“Levei uma saraivada no segundo round, pensei que ia pra fita. O cara era muito forte, mas ganhamos a luta com sangue no olho, por pontos”, diz o atleta da academia CT Noguchi.

De desacreditado pela medicina e considerado ‘velho’ para o esporte, Kleverton hoje ostenta um cartel amador de 12 vitórias e duas derrotas, sempre em duelos amadores, sem receber pagamento. Sua próxima luta, contudo, já será profissional.

A bolsa do Palmas Fight está na casa de R$ 600. Em maio, ele também ganhará para subir no ringue do Gladiator Combat Fight, torneio que o revelou e onde ganhou fama por derrubar favoritos.

Muito longe de ser um ganha-pão, o muay thai se tornou o maior vício na vida do curitibano. Paixão que ele quer aproveitar enquanto puder.

“Não tem coisa igual [subir no ringue para lutar]. Infelizmente comecei tarde, seria bem diferente se tivesse conhecido o esporte antes. Mas como não sei se vou viver até os 50, 60 anos, vou tentar lutar”.

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