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Dano econômico de abandonar a quarentena é maior que o de manter até depois do pico
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Um dos maiores think tanks econômicos do mundo resolveu ouvir 45 dos economistas mais renomados dos Estados Unidos sobre a pandemia de coronavírus. Não se levou em conta nenhum outro aspecto além da economia, nem moral, nem a sacralidade da vida humana, nada disso, só dinheiro mesmo: perdas econômicas e dificuldade para recuperação da economia.

Não houve um único economista que considerasse melhor para a economia interroper quarentenas e voltar ao trabalho ou mesmo reduzir o isolamento antes do final do pico.

A Initiative on Global Markets at Chicago Booth fez 3 perguntas aos professores com mais prestígio na área econômica, alguns deles detentores de Prêmios Nobel. São docentes de instituições como Harvard, Yale, MIT, Berkeley, Princeton e, claro, os celebrados liberais da Universidade de Chicago. Não há um único deles que enxergue qualquer vantagem ECONÔMICA em interromper a quarentena.

Haverá pessoas que vão optar pela chantagem emocional: "mas e o pai de família que não tem como pagar as contas"? Esse vive um drama real que tem de ser solucionado por quem tem poder e dinheiro, de forma estruturada. O uso de dramas pessoais reais como base de argumentos frágeis tecnicamente ou sem nenhuma base técnica se chama sensacionalismo e tende a funcionar, principalmente quando temos medo, até que haja um encontro com a realidade.

Parece muito óbvio que ficar sem trabalhar vai causar retração da economia. Claro que vai. Apenas um economista não disse concordar ou concordar fortemente com essa afirmação e também não discordou, se disse incerto.

Só que voltar ao trabalho no meio de uma pandemia não vai trazer a retomada econômia. Há quem possa acreditar nisso, mas não os economistas mais respeitados dos Estados Unidos nem os liberais da Escola de Chicago. Eles têm um nome a zelar.

Aqui se fala exclusivamente de ECONOMIA, de dinheiro, de crescimento, de nenhum outro assunto. Como se fôssemos números mesmo, sem levar em conta a moral, a sacralidade da vida, o amor, nada disso. Só a economia. Quem é do ramo e faz a lição de casa diz que não adianta voltar ao trabalho para a economia renascer magicamente numa situação como a que vivemos hoje.

A questão era exatamente: "Abandonar os lockouts severos enquanto o ressurgimento de casos permanece alto vai levar a um prejuízo econômico total maior do que manter os lockdowns para eliminar o risco de ressurgimento de casos". Nenhum economista discordou: voltar ao trabalho sai mais caro que permanecer em quarentena.

Antes que se encontre uma vacina ou uma cura, os impactos econômicos do coronavírus são imprevisíveis. Sacrificar o muito para salvar o pouco é um impulso comum do cidadão preocupado com o pão de cada dia, mas não pode virar discurso dos que decidem políticas públicas nacionais.

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