Tite salvou o Brasil. Não há dúvidas. São nove vitórias, oito nas Eliminatórias e a vaga para a Copa da Rússia garantida. Mas são mais do que resultados: o treinador conseguiu, rapidamente, dar um padrão ao time que até um neófito da bola enxerga no gramado.
Cenário tão favorável que, ao mesmo tempo, deixa ainda mais evidente como o futebol brasileiro ainda é grosseiro. Sim, afinal, há pouco tempo nossa seleção era treinada pelo rudimentar Dunga. Ideia do alto comando da CBF, entidade que rege a bola no país.
E ninguém jamais esquecera que há menos de três anos sofremos a maior humilhação da história do futebol mundial. Numa semifinal de Copa do Mundo, disputada em casa, tomamos a tunda definitiva, aplicada pela Alemanha.
Vexame que não foi por acaso. Nasceu da fragilidade do futebol nacional, que empurrou para o cargo de treinador a figura de Felipão, pelo carisma, um pouco de superstição, e só. O gaúcho já estava distante dos melhores anos de carreira. Deu no que deu.
E enquanto o Brasil sobra nas Eliminatórias, e Tite brilha, o futebol no Brasil segue quase na mesma. Um ex-presidente da CBF preso no exterior, o atual confinado no país com medo do FBI, a entidade armando para cima dos clubes e os clubes sacaneando a si mesmos.
Ou seja, as trevas estão aí, espreitando até mesmo a seleção brasileira. Não é ser pessimista. É ser realista. Há ainda muito para mudar (quase tudo). Tite salvou a seleção. Mas, quem vai salvar o futebol no Brasil?