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Aprovação escolar vergonhosa
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Ontem passei grande parte do dia bastante ocupada e não tive oportunidade de assistir os telejornais locais, mas à noite dois links, de conteúdo altamente preocupante, estavam na minha caixa postal; vale a pena conferi-los:

> Pai denuncia “aprovação irregular” de filho por Conselho de Classe( Jornal de Londrina, 6 /1 / 2010 )

>Polêmica Aprovações (RPC/ TV Paranaense)


Veja a situação dos adolescentes no Paraná, segundo censo escolar do ano passado

Qualidade duvidosa – Aprovar alunos sem condições de acompanhamento do ano escolar da série seguinte é empurrar os problemas até que cheguem, assim conduzidos pelas mãos do Conselho de Classe ao final do ensino médio. Um procedimento inconcebível( Professores de escolas estaduais dizem que a ordem é aprovarFernando Araújo, JL, 7/1/2009) , porque números de aprovados nunca significou qualidade da educação oferecida – e, durante os primeiros anos desse estudante na universidade, as aulas de reforço entram em cena. Confira a reportagem Estudantes de universidade têm que fazer aulas de reforço, exibida pelo Jornal Nacional(29/11/2009).

Fazer o quê? – Alguma providência deverá ser tomada para impedir quer outras ocorrências inviabilizem a retomada da qualidade do ensino, especialmente o público.

O porquê -Os cursos de acompanhamento aos seus novos alunos têm o objetivo de “nivelá-los” aos demais para que possam acompanhar as aulas que exigem um aprofundamento, caso contrário os professores precisarão dispor de um tempo inviável, que poderia ser destinado ao aprofundamento dos conteúdos do programa.

Abaixo a manipulação de dados – Aprovar um aluno sem condições é um crime e uma subtração do direito de aprender o necessário. Nenhuma orientação pode ser suficientemente poderosa para desbancar a verdade, mas a manipulação de dados não é novidade. Quando alguém conta com o poder de alterar o dito pelo não dito até o Punkadinha abre o verbo e conta a mágica( Benett, blog da Gazetinha, GP, 14/2/2009)


A eficiência da recuperação paralela – Oportunizar ao estudante as condições para que ele possa alcançar as notas, diante de insucesso nas avaliações mensais ou bimestrais, assim como aprofundar o aprendizado do conteúdo mal assimilado são alternativas saudáveis da escola de todos os tempos, mas viabilizar a manipulação desses dados e falsear a realidade estudantil é, prezado leitor, um acinte vergonhoso e prática inviável, desonesta.

O que desejam provar os que participam dessa farsa escolar? Arrisque um palpite.

Conte aqui – Você alguma vez já ficou reprovado em qualquer disciplina ou série escolar? Eu fiquei; foi no primeiro ano do curso de Letras, exatamente quando cursei Linguística I. O professor queria que decorássemos sequências enormes de um livro do linguísta Matoso Câmara Junior. Eu me recusava a decorar e saia mal nas provas; não compunha as respostas de acordo com as exigências do famigerado professor. No ano seguinte cursei a mesma disciplina com outra especialista na área, que transformou a teoria imposta em seminários, discussões e comprovações dos fenômenos linguísticos na prática. Aprendi que mais vale uma teoria bem entendida, do que decoreba intermediando um não se sabe o quê e tal…

A providência necessária – Quando você examina um boletim escolar saiba que muitas referências entrarão no circuito: o perfil do desempenho estudantil, seus professores, o conteúdo, a metodologia utilizada, o projeto escolar da instituição, as intenções da direção, as aspirações dos gestores e, finalmente o que regula a política do MEC.

Reclamar para quem? – Descobri que há uma secretaria em âmbito federal (veja o endereço abaixo) para o envio das queixas, além de um e-mail para contatos com o conselhoescolar@gov.mec.br – não garanto que surtam efeitos imediados, mas as tentativas serão válidas, prezado leitor.

Secretária de Educação Básica
Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva
Telefones: (61) 2022-8318 / 8319 / 8320
Fax: (61) 2022-8326

Links para reflexões convergentes:

> Aprovação sem mérito, no Filosofar é preciso; confira.

> O que acontece quando a criança repete o ano?Maria Helena Bresser, Colégio Mobile.

Fiz buscas no site do MEC e encontrei duas direções interessantes; examine-as também e, se desejar interagir entre em ação: Mobilização Educacional e Familia Educadora

Uma ressalva: o Conselho de Classe tem um papel importante dentro da escola básica, pois será sempre regulado pelo bom senso, competência e procedimentos éticos dos seus participantes na condução de casos estudantis específicos, mas qualquer distorção de propósitos será alvo da indignação popular.

Até a próxima!

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