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Comissão convoca ministra da Saúde, Nísia Trindade, a explicar obrigatoriedade da vacina da Covid em crianças.
Comissão convoca ministra da Saúde, Nísia Trindade, a explicar obrigatoriedade da vacina da Covid em crianças.| Foto: Julia Prado / Câmara dos Deputados

Atendendo a um requerimento aprovado com a minha assinatura, além de outros deputados oposicionistas, a ministra da Saúde Nísia Trindade compareceu na última terça, 28, à Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados. O motivo? Para prestar esclarecimentos sobre um contrato fechado pelo seu ministério no valor de R$285,8 milhões, com dispensa de licitação e com uma microempresa com um funcionário registrado até março. Além disso, ela deveria explicar sobre a inclusão da vacina contra a Covid-19 no Programa Nacional de Imunização (PNI), que a torna obrigatória para crianças entre seis meses e cinco anos. A audiência, com duração prevista de 4 horas, terminou antes do prazo diante da justificativa da ministra de atender a um compromisso junto ao Lula: uma viagem para Dubai – marcada para o dia posterior.

É curioso, para não dizer outra coisa, que justamente quando eu estava próximo de fazer as minhas perguntas, Nísia tenha deixado a sessão antes do tempo acordado com a presidente da comissão. Mais cômico ainda foi a tentativa de um deputado petista de justificar a fuga, dizendo que a ministra já havia trabalhado quatro horas no dia em questão. Difícil saber se esse argumento pífio foi uma ajuda ou um fogo amigo. Aliás, para os congressistas e ministros que ficam cansados com tão pouco tempo de trabalho por dia, principalmente se compararmos com a realidade da maioria dos brasileiros, sugiro que deixem seus cargos muito bem remunerados e fiquem em casa. Afinal, suas economias podem ser deixadas para depois. Certo?

Pouco tempo depois, fui pesquisar a agenda oficial da ministra da Saúde e além da inexistência de qualquer viagem nas próximas horas, o voo estava marcado para o dia posterior, quarta feira, às 20h40. Falando nisso, esta viagem tem o custo R$40.248,37 paga pela população com muito amor, assim como aquele evento promovido pelo próprio Ministério da Saúde que teve um custo total de R$1 milhão e que nos ‘‘presenteou’’ com uma performance erótica apresentada por um grupo de dança (viva a ciência!). Por essas e várias outras, não me admira que o governo Lula admita a volta da taxação para importados até 50 dólares. Não existe algodão egípcio grátis.

Entendo que a vida de muitos dos ministros do atual governo não esteja fácil, porém as justificativas para faltar e deixar as comissões antes do tempo previsto e acordado anteriormente estão cada vez mais vexatórias. Ainda antes do Ministério da Justiça receber a ‘‘dama do tráfico’’ e dar andamento aos pedidos de sua ONG, Flávio Dino alegou risco à sua segurança ao faltar pela terceira vez à Comissão de Segurança Pública. Se o ministro já estava com medo das minhas perguntas antes disso, não acredito que a situação tenha melhorado após integrantes da sua pasta terem recebido e se reunido com alguém ligado à criminalidade. 

O Ministério dos Direitos Humanos, que custeou as diárias e passagens da esposa do líder de uma facção, também não ficou de fora. Ao ser questionado, o ministro Silvio Almeida respondeu às críticas culpando os "fascistas" e a "extrema-direita", por que, claro, nada é de responsabilidade de nenhum deles, nem mesmo o que acontece nos ministérios liderados por eles próprios. Essa é a narrativa que querem que você acredite. Sigo no aguardo da presença do ‘‘fala mansa’’ na Câmara novamente.

Já que além de não responder às perguntas de todos os deputados, Nísia mentiu sobre uma suposta urgência em deixar a sessão, também iremos convocá-la novamente. O desrespeito não foi só a mim e a outros deputados como a milhões de eleitores que são representados por nós. Os brasileiros sustentam 38 ministérios criados na atual gestão petista com o argumento hipócrita de que isso se deve à "representação da sociedade" e Lula ainda quer criar mais cargos dentro deles para colocar nas contas públicas. Em contrapartida, muitos dos atuais ministros não aceitam críticas, ou sequer indagações. Sabem que nem mesmo o malabarismo que as mídias de assessoria de imprensa fazem após as suas participações nas comissões está funcionando. Se estão cada vez mais incomodados, seguirei os convocando e questionando os absurdos que vem acontecendo.

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