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Cuidando de quem cuida
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EM BUSCA DO EQUILÍBRIO ENTRE O CUIDAR E O CUIDAR-SE

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É muito difícil para uma pessoa assumir cuidar de alguém. Essa dificuldade já começa pela própria decisão. Muitas vezes a pessoa “se torna” cuidador aos poucos, sem perceber de fato esse movimento. Outras vezes se sentem “obrigadas” (moralmente, financeiramente, ou por amor simplesmente) a tomar essa decisão. Cuidar de alguém traz muitas repercussões.

É uma responsabilidade muito grande e para enfrentá-la é preciso conhecer um pouco sobre como fazer isso da melhor forma para quem é cuidado e para si mesmo. Quem cuida, muitas vezes abre mão dos próprios sonhos, estilo de vida, rotina e até amores. Não conhecer o que envolve cuidar de alguém, não procurar ajuda e orientação, pode levar a sintomas do que é conhecido como “síndrome do cuidador”. Também conhecida como síndrome do burn out.

Não é uma síndrome rara, ao contrário, é muito mais comum do que se imagina e acomete de maneira muito sutil e insidiosa os familiares e cuidadores. Ela  ocorre quando a dedicação dos familiares ou cuidadores superam os seus próprios limites físicos e emocionais.

Paras alguns destes cuidadores e familiares, a rotina de cuidar torna-se um modo de vida. Pouco a pouco, o cuidador transforma a sua vida na do doente e os problemas dele nos seus. Existe uma fase em que o cuidador, habituado a estar sempre disponível para cuidar do doente, assume um sentimento de culpa quando não o faz, criando-se um ciclo vicioso. O cuidador torna-se incapaz de delegar a terceiros, mesmo que temporariamente, a responsabilidade de cuidar do seu familiar.

Como saber se o cuidador está manifestando a síndrome de burnout?

Observar se há o aparecimento de alguns destes sintomas físicos e emocionais:

-Estresse, Ansiedade e/ou Depressão

-Impaciência e agressividade.

-Fadiga crônica

-Dores de cabeça

-Palpitação

-Alergias

-Emagrecimento

-Dores musculares

-Dores na costas

-Hipertensão

-Sono não reparador

-Gastrite

É importante também prestar atenção em algumas mudanças de comportamento e de hábito:

-Consumo aumentado de café, álcool, medicamentos e drogas ilegais

-Absenteísmo

-Baixo rendimento pessoal

-Distanciamento afetivo e social

-Desorientação

-Dificuldade de concentração e de memorização

Como prevenir esta síndrome?

É preciso que o cuidador evite, de todas as maneiras possíveis, anular a sua vida social. É fundamental manter algumas horas de lazer e de tempo livre, para desligar e conseguir “recarregar as baterias”. Só desta forma conseguirá manter a função que exerce de uma forma saudável.

Procurar apoios e recursos externos para ajudar a assumir esta situação. Nem sempre essa alternativa está à disposição do cuidador, mas é necessário pedir ajuda para evitar os transtornos emocionais originados por esta missão.

O cuidador precisa de momentos para cuidar de si mesmo, ou para que outras pessoas cuidem dele. Caso não seja assim, aqueles que realizam esta função acabarão, mais cedo ou mais tarde, ficando doentes também.

Quem cuida deve aprender a confiar em outras pessoas para auxiliá-lo nessa tarefa. É normal ter sentimentos de angústia, medo, insegurança e culpa. É como se a pessoa sentisse que se ela não estiver por perto algo de ruim pode acontecer ou que somente ela sabe cuidar.

Vale ressaltar que sempre que o cuidador, seja familiar ou profissional, está bem capacitado, bem de saúde, bem disposto, a pessoa que está sendo cuidada vai receber os melhores cuidados.

Portanto, ao assumir cuidar de alguém, não deixe de se cuidar! Você não está sozinho. Busque orientação e auxílio para esta tarefa que exige muita dedicação, carinho e principalmente amor.

Por Luciane Werneck Botelho

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