Existe um projeto de lei que deixaria os profissionais do ramo da estética e saúde por um fio. Em junho deste ano, depois de tramitar nas comissões desde 2014, o projeto PLS 350/2014 foi declarado apto para votação em plenário. Se aprovado, determinaria que profissionais do ramo da enfermagem, tatuagem e modificadores corporais, dermo pigmentadores estéticos, entre outras áreas, sejam proibidos de exercerem suas funções por entender que esses atos são exclusivos de graduados em Medicina.

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Entenda porque esta lei coloca em risco o ramo da tatuagem e modificação corporal.

-“IV – invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos; V – invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos.”

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A lei do Ato Médico, que se encontra apta para votação no Senado, coloca como exclusivo aos médicos o ato de fazer punções e inserções de pigmentos e agentes químicos dentro dos tecidos dérmicos, epidérmicos e punções intravenosas.

Sabe-se que na profissão de tatuador existe a total inserção dos pigmentos no tecido dérmico, tal como expliquei na matéria Tatuagem Dói ou Não Dói, o que nos encaixa neste veto juntamente com os dermo pigmentadores e também os body piercers. Os dermo pigmentadores também fazem a inserção do pigmento na epiderme e, no caso dos piercers, punções para colocação de adornos/“joias” na pele.

Ainda existem muitos mitos sobre a modificação corporal, que vem sendo realizada com cada vez mais aprimoramento e estudo por parte dos profissionais da área. Até mesmo um iniciante tem a chance de trabalhar com total segurança, utilizando não somente materiais regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), como também peles artificiais para treino, antes do atendimento dos primeiros clientes.

A partir do momento em que esse projeto for sancionado, esses processos são únicos e exclusivos dos médicos. Ou seja, o Senado tenta aprovar uma lei que irá tirar o sustento digno de muitas famílias e prejudicar o trabalho desses profissionais que estudam, fazem cursos e workshops para aprimoramento na área, sempre procurando oferecer a melhor qualidade e segurança para seus clientes. Esteticistas que fazem cursos técnicos em estética, onde aprendem o ofício da micropigmentação estética, agora também correm o risco de ficar sem o ganha-pão.

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Estamos nos sentindo lesados com esse projeto, pois lutamos diariamente para que nossa área seja reconhecida e para que os preconceitos sejam quebrados, tendo nossa luta admirada como tantas outras profissões. “Matamos um leão por dia” para sustentarmos nossos estúdios e mantê-los dentro das normas, e estamos correndo o risco de fecharmos nossos estabelecimentos.

Creio que o Brasil já esteja com uma taxa de desemprego muito alta, e tornar a nossa função exclusiva aos médicos ampliaria o campo de atuação médica da mesma forma que ampliaria o desemprego entre os tatuadores e modificadores corporais, fora os outros profissionais do ramo estético. Profissionais estes que terão de abandonar o sonho de fazer o que amam para buscarem um novo emprego.

Sentimento de indignação sim, pois lutamos muitos anos pelo reconhecimento da nossa profissão. Tatuadores, distribuidores de materiais para tatuagem e dermo-pigmentadores estéticos, esteticistas e body piercers. Todos por um voto CONTRA!

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=119167

 

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Saiba mais sobre o projeto de lei na matéria da Gazeta do Povo: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/senadores-tentam-impedir-que-projeto-proiba-acao-de-tatuadores-4qhgx44u7do67bu7k7x6a60m1

 

 

 

 

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