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30 anos do Chalet Suisse – um pouco da história de Curitiba em sabores
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O belo e aconchegante Chalet Suisse completa 30 anos mantendo a qualidade no cardápio e vários pratos desde a origem. (Foto/ Divulgação)

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As cadeiras novas, com o branco, o toque de modernidade em uma casa tão tradicional. (Foto/ Guilherme Costa)

É uma das marcas de Curitiba. Ícone, referência da cidade, pois sua história praticamente se confunde com a solidificação da gastronomia local. Impossível dissociar o Chalet Suisse de qualquer bom momento de paladar de quem vive na cidade há algumas décadas. Três, para ser exato, o tempo de funcionamento do agradável restaurante situado em uma rua tranquila de Santa Felicidade.

Nessas três décadas a casa marcou pelo bom gosto em seu cardápio, sempre equilibrado, mesmo com alguns arroubos fora do padrão, como Nasi Goreng, um prato indonésio à base de arroz e que ainda hoje pode ser encontrado no menu (acho que essa foi minha primeira experiência com a comida asiática). Há também Goulash, autenticamente húngaro, como nada mais francês que o Canard à l’Orange. Ou os Escargots a la bourguignone, sem iguais.

E a origem suíça dos proprietários (o fundador e o atual) verteu toda para as fondues, a ponto de ser complicadíssimo encontrar mesas nos dias mais frios do ano. São três tipos de fondues, começando com a de queijo, combinando vários queijos suíços e que custa R$ 109 (duas pessoas). Tem também a oriental, fondue de carne mais tradicional na Suíça, presente no cardápio da casa desde 1983. As finas fatias de mignon são cozidas num fervente caldo de carne. Acompanha batata Rösti e 8 molhos e custa R$ 139 (duas pessoas). Essa é para quem não gosta do cheiro de fritura, mas, cá entre nós, a melhor de todas é justamente aquela que mergulha o pedacinho de carne para fritar no azeite quente, a Bourguignone, que também tem os mesmos acompanhamentos (mas, por restrição de alguns clientes preocupados com a fumaça só é servida nas quartas-feiras) e custa R$ 146 (duas pessoas).

Menu de aniversário

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O coquetel de camarão, exatamente como tem de ser. (Foto/ Divulgação)

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Beefsteak tartar, a carne picada em ponta de faca e temperada na medida. (Foto/ Divulgação)

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Camarões ao champagne, toque de classe. (Foto/ Divulgação)

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Mignon ao Café de Paris, com manteiga e ervas especiais. (Foto/ Divulgação)

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Sorvete com amoras flambadas, para fechar em alta. (Foto/ Guilherme Costa)

Para celebrar os 30 anos de sucesso, o Chalet Suisse estabeleceu um cardápio especial, que será servido até o próximo fim de semana, a R$ 190 (duas pessoas). No menu, um revival dos pratos mais marcantes da história do restaurante, que certamente mexe com a cabeça dos clientes mais tradicionais. Começa com um couvert, o tradicional couvert da casa, com dois tipos de patês, uma manteiga saborosíssima e uma caponata, acompanhados de pães quentinhos.

Para primeiro prato, uma escolha difícil entre o Coquetel de camarão e o Beefsteak tartar, cada qual, à sua maneira, de sabor clássico. O coquetel foi moda nos anos 60 e dali se espalhou até virar coqueluche. O que é servido aqui é o original, sem invenções (como incluir maçãs ou outras frutas, por exemplo), apenas uma base de alfaces em tiras, o molho golf e os camarões cozidos no ponto. No tartar, a carne delicadamente cortada traz o sabor do tempero suave, levemente picante, do clássico francês.

Aí vem a Fondue de queijos suíços, com o queijo derretido para envolver pedaços de pão e algumas pequenas batatas cozidas.

De prato principal, mais uma vez a possibilidade de escolha entre dois dos mais festejados das referências da casa: Camarões ao champagne ou Filé mignon ao molho Café Paris. Os camarões são servidos com molho suave e cremoso e são acompanhados de arroz e batata palha. O mignon tem um molho de manteiga, especiarias e finas ervas e é escoltado por batata rösti e legumes na manteiga.

E aí vem outra escolha difícil, a sobremesa. Sorvete de creme com amoras flambadas ou o tradicional Crème brûlée. O vinho Justino´s (Madeira) acompanha a sobremesa, em parceria do restaurante com a importadora Porto a Porto.

A história

Alexandre e Arthur Saredi

Alexandre e Artur Saredi celebrando 30 anos de sucesso no Chalet Suisse. (Foto/ Guilherme Costa)

A história do Chalet Suisse começa em 1983, com o suíço Markus Sigrist, apaixonado pela boa comida, que decidiu abrir um restaurante que oferecia a típica culinária franco-suiça. O restaurante, já com o nome de Chalet Suisse, ficava em uma casa alugada, na Avenida Manoel Ribas, no Bairro Mercês.

Pouco tempo depois, porém, Markus sentiu necessidade de ter um ambiente que não só servia a culinária típica, mas cuja ambientação também lembrasse a tradição suíça. Logo, comprou um imóvel em um terreno de 3,5 mil metros quadrados, localizado em Santa Felicidade e com uma construção que lembrava um chalé alpino. A reforma da casa foi rápida e o amplo jardim contemplou o sonho do proprietário, que transformou o chalé em um verdadeiro cantinho da Suíça em Curitiba.

Com seus 450 metros quadrados de construção, a casa de tijolo a vista, tem três lareiras, um pé direito aconchegante e uma vista deslumbrante para o jardim, com um paisagismo extremamente cuidadoso. Amante da boa comida e da boa música, Markus alegrava os clientes com seu acordeon e estava sempre no salão recebendo a clientela com seu aspecto festivo. Ele integrava um grupo de amigos suíços que também tinham verdadeira paixão pela cuilinária franco-suíça.

Quando Markus faleceu, em 1996, sem deixar herdeiros, um desses amigos, Arthur, assumiu o restaurante, em parceria com a esposa Sônia Regina, mantendo a tradição do cardápio e cuidando para que o ambiente mantivesse a tradição que inspirou o primeiro proprietário.

Especializado no ramo de hotelaria e gastronomia (já havia sido gerente do Hotel Mabu), o empresário e chef Arthur Saredi era também proprietário do restaurante Chez Arthur, que ficava no Jardim Schaffer e foi muito frequentado na década de 90, como concorrente do Chalet Suisse. Antes disso, teve o Café de Paris, em sociedade com Julia Trutmann (proprietária do Matterhorn, outro especializado em fondues e gastronomia suíça), no final dos anos 70.

A partir do comando de Saredi, o Chalet Suisse manteve não apenas a tradição resgatada pelo primeiro proprietário, mas também ganhou complemento de receitas que fizeram grande sucesso no Chez Arthur e no Café de Paris.

Hoje Arthur toca a casa ao lado do filho, Alexandre, que herdou este sangue de bom gosto gastronômico e faz o contraponto da modernidade em alguns itens. Por exemplo, as cadeiras agora em tom branco, quebrando um pouco da austeridade do ambiente e dando um tom mais clean aos salões.

Durante essa semana, um pouco de toda essa história está sendo contada nos pratos e no carinho que os Saredi (e sua competente equipe) passam aos clientes. É visita obrigatória para quem aprecia os bons sabores da vida curitibana.

O Chalet Suisse funciona de terça a sabado, das 19h30 às 23h30. Domingo, das 12h às 15h30.

 

Chalet Suisse – Cozinha Internacional

Rua Fancisco Dallalibera, 1428 – Santa Felicidade

Fone: (41)3364-7889

 

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