Foi meio por acaso. Tempos atrás decidi plantar umas mudas de ora-pro-nóbis lá no latifúndio. No sentimento da comida mineira, saudades do filho, da nora e do neto querido que moram lá.
E não é que as mudinhas pegaram? Começaram a crescer, sofreram um bocado com as geadas (são muito sensíveis ao frio), mas daí se recuperaram a voltaram a crescer. Até que, na semana passada, já foi possível colher as primeiras folhas de nossa própria produção.
Só que aí, nessa vida corrida entre compromissos profissionais e as tarefas do dia a dia, as folhinhas ficaram esquecidas na geladeira por alguns dias. Mas se mantiveram perfeitas, ensinando que são de boa conservação.
Veio a chance de cozinhar em casa, meio em cima da hora, sem opção de produção ou de buscar mais ingredientes e a memória se encarregou de sinalizar: ora-pro-nóbis na geladeira.
Os mineiros costumam fazer com frango ensopado (primeira opção), mas também utilizam em saladas, mais raramente, ou em combinação com carne de porco. Foi a opção que me bateu. Uma costelinha na panela de ferro e o complemento das saborosas e rechonchudas folhas.
Fucei algumas receitas que havia armazenado, misturei algumas ideias e cheguei ao prato a ser executado, combinando ingredientes que certamente dariam certo. Como chamar? Costelinha com ora-pro-nóbis, linguiça e milho verde. Combinação clássica lá entre eles. Daí foi só comprar o que faltava. A começar, claro, pela costelinha de porco, que achei, na medida, lá no Espaço Angus Prime, do Mercado Municipal. Não era a costela em si, propriamente dita. Mas apenas a parte dos ossos, o que o atendente tirou de letra, serrando o que interessava.
Uma bandeja de milho verde e aí tudo de bom. Foi só chegar em casa, pegar a velha panela de ferro (comida mineira sem panela de ferro não parece ter o mesmo sabor) e mandar ver. Ficou muito bom e, para quem se interessou, aqui vai a receita.
(Ah, sim, é possível encontrar as saborosas folhinhas em algumas bancas do Mercadão)
Costelinha com ora-pro-nóbis, linguiça e milho verde
1kg de costelinhas de porco cortadas entre os ossos
2 ½ litros de água
1 colher (sopa) de banha
2 fatias de toucinho, picadas
1 cebola média, ralada
2 dentes de alho, amassados e fatiados
½ colher (sopa) de colorau
1 folha de louro
½ cálice de cachaça
½ cálice de limão
1 linguiça calabresa
4 espigas de milho-verde
Ora-pro-nóbis picado a gosto
Cheiro-verde a gosto
Pimenta a gosto
Preparo
Ponha as costelinhas em uma panela, cubra com água, junte a cachaça e o limão e leve ao fogo para uma leve fervura.
Escorra e reserve.
Aqueça a banha em uma panela, derreta o toucinho e junte as costelinhas para fritar levemente.
Retire as costelinhas e o excesso de gordura que se formar, ponha a cebola e alho e deixe refogar por alguns instantes.
Volte com a carne para a panela, tempere com sal e junte o urucum. Misture bem e deixe pegar cor.
A partir daí, junte a folha de louro e vá pingando água fervente aos poucos, para ir cozinhando devagar, com a panela tampada.
Deixe cozinhar, sempre pingando mais água.
Nesse meio tempo, corte as espigas de milho-verde em rodelas e leve para cozinhar em água (sem sal) até que comecem a amaciar – de 10 a 15 minutos. Quando estiverem nesse ponto, junte-as às costelinhas, juntamente com as rodelas de linguiça.
Continue cozinhando e pingando água até a carne amaciar bem e formar um caldo suculento.
Acerte o tempero e retire do fogo.
Lave e escorra as folhas de ora-pro-nóbis, pique-as e cubra as costelinhas. Tampe e deixe (por 5 minutos), sem mexer, para não soltar baba.
Sirva, com arroz ou angu de fubá (ou farinha de milho).
Rendimento: 4 porções.
= -=-=-=-=-=-=
Entre em contato com o blog:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Deixe sua opinião