Melhor chef mulher do Peru vai servir prato a R$ 25 em Curitiba neste fim de semana

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A peruana Arlette Eulert Checa, do Matria Restaurant, será a atração internacional do Gastronomix, no próximo fim de semana. (Foto/ Jimena Agois @agoisfoto)

É uma grande reunião de craques. A começar pelo anfitrião, Celso Freire, a principal referência da gastronomia paranaense, precursor e inspirador de tantos outros chefs e cozinheiros que brilham por aqui e expandem nossos sabores pelo país e pelo mundo a fora. Freire é um polo a atrair talentos que orbitam em torno da boa comida e dos melhores sabores do mundo e que estarão servindo seus pratos ao preço máximo de R$ 25.

A 11ª edição do Gastronomix acontece no próximo fim de semana (6 e 7 de abril), no Museu Oscar Niemeyer, com a participação de grandes revelações e nomes reconhecidos da gastronomia curitibana a recepcionar chefs de brilho nacional e uma estrela internacional, a peruana Arlette Eulert Checa, do Matria Restaurant. Com formação de Cordon Bleu, ela tem passagens por diferentes cozinhas do mundo, como NOBU (Londres), D.O.M (São Paulo), Gaig, Ibai y Jean Luc Figueras (Barcelona), Rafael Restaurant, La Mar y El Mercado, em Lima. Em 2018 foi eleita a melhor chef mulher em sua categoria pelo prêmio Summum, o principal da gastronomia do Peru.

Nos dois dias de Gastronomix, Arlette vai apresentar como prato um Tiradito de atum Nikkei (será vendido a R$ 25). Não há maiores definições de como seria, mas se for pelo menos parecido com o que mantém no cardápio do Matria, já será, certamente, encantador. Lá o prato é outro, um Estiradito de lenguado palteado, que são lâminas de linguado com leite cremoso de abacate, chalaquita (um molho) de ovas de peixe voador e pipoca de quinoa.

Tiradito de atum nikkei, o prato da peruana Arlette Eulert Checa.

Vale a expectativa do que virá.

Marcos Sodré, do restaurante Sawasdee, que acumula prêmio no Rio de Janeiro com comida tailandesa. (Foto/ Divlgação)

Das estrelas nacionais que estarão presentes tenho muito respeito e admiração por Marcos Sodré, que durante um bom tempo teve seu restaurante Sawasdee em Búzios e hoje em dia coleciona títulos no Rio de Janeiro com a linha da cozinha tailandesa. Tive a oportunidade de conhecê-lo e de ter aula com ele aqui mesmo em Curitiba, no Parque Barigui, na edição de 2005 da Feira Gourmet & Cia, que a cada ano trazia as grandes estrelas da gastronomia nacional para darem aulas-show aos tantos e tantos interessados. Sodré cozinha um Nasi goreng de porco, um clássico tailandês, feito com arroz frito com cogumelos, ovos, acelga e molho especial apimentado.

Elia Schramm, do L’Atelier Mimolette, em Ipanema, vai fazer uma Galinhada Francesa, com base no Coq au Vin. (Foto/ Divulgação)

O suíço Elia Schramm, já com boa rodagem no Rio de Janeiro, anuncia um prato que me deixou curioso: Galinhada francesa. E aí, na explicação, diz se tratar de um arroz xe coq au vin, o que pode ser uma combinação bem interessante. Elia é talentoso,  ganhou uma estrela Michelin enquanto chefiava a cozinha do restaurante Laguiole – que funcionava dentro do Museu de Arte Moderna. Hoje, é responsável por várias operações, entre elas, o L’Atelier Mimolette, em Ipanema, que conta com um cardápio conhecido pelos clássicos da culinária francesa.

Outro que desperta curiosidade: Kaká Silva, do Gastronomy Lab, de Brasília. Ele é um dos pioneiros da gastronomia molecular no Brasil e ainda persiste nela, entre poeiras, terras, espumas, ares, esferas e o que mais se possa imaginar. Gosto disso, é sempre lúdico. Quer ter uma ideia do que ele traz? O Imaginário molecular e o Imaginário vegano. O primeiro é um mignon no sous vide, fita de cerveja preta, kimchi coreano, terra verde de azeitona e alcaparras, finalizado com azeite encapsulado e aioli. Na segunda versão, a troca da carne pelo tofu no sous vide, com o restante tudo igual.

Auricélio Romão, do Restaurante Cacimba, de Fernando de Noronha. Da conta de admiração pessoal e fraternal de Celso Freire. (Foto/ Divulgação)

Auricélio Romão, o quinto dos chefs convidados, vem de uma preferência pessoal de Celso Freire. Todo ano ele e família passam bons dias de férias em Fernando de Noronha, onde Auricélio tem o Restaurante Cacimba. Comem lá, claro, e Celso também já cozinhou ali, dividindo panelas, ideias e afeto. Como a especialidade do chef é frutos do mar, o prato que traz para o Gastronomix é o Arroz de polvo Cacimba de Noronha, que leva tentáculos salteados com mix de pimentões, envolvidos em caldo de polvo, arroz e finalizados com cheiro verde. Para completar, uma farofa crocante.

O pessoal de casa

Cozinheiros, doceiros e chefs de cozinha de restaurantes e bares de Curitiba também prometem bons sabores para o fim de semana. Além de pratos tradicionais, como Bife de chorizo com farofa de castanhas e maionese (Pedro Montefusco, Cabaña Montefusco), Barreado (Silvana Gnatta, Villa Morretes) e Strogonoff (Zico Garcês, Bar do Pachá Restaurante), há alguns que chamam a atenção, como o Espaguete de marisco com jamón, que o chef Lucas Cintra d’A Ostra Bêbada vai apresentar – é um dos grandes sucessos do cardápio do simpático bar do centro da cidade.

Bolinho de siri com farofa de dendê, banana e pesto de pimenta e cachaça – prato da chef Dani Caldeira, do PF da Chef.

Meat Pie, de Ígor Marquesini, do Restaurante Ígor.

Fiquei curioso com mais alguns, como a Meat Pie, de Ígor Marquesini, do Restaurante Ígor. É uma torta de carne e batatas, aqui em releitura da tradicional torta australiana, que, na inspiração do chef, ganha um molho à bolonhesa. Dani Caldeira, do PF da Chef, vai levar um Bolinho de siri com farofa de dendê, banana e pesto de pimenta e cachaça. Já estou na fila para provar.

Também quero ver de perto o Katsukaredon, feito pelo Keiji Mitsunari, do Izakaya Hyotan, o incrível bar de rua japonês que ganhou a cidade. O nome do prato é uma fusão de outros: une o “tonkatsu” (filé de carne de porco empanado), o “karê” (o curry japonês)  e o “don”, que se refere a forma como é servido, no caso em um donburi (bowl). Outra fila.

Vai ter também sanduíche com linguiça de Porco Moura (a raça bem brasileira, que o Paraná está reabilitando), que tão bem faz o chef Marcelo Empinotti, da Salumeria Monte Bello e do Porcadeiro. Leva molho giardiniera e chips de banana no pão francês.

Ainda estarão apresentando suas obras no Gastronomix: Neia Zucoloto (Paraguaçu), Vinicius Thomaz (Empório dos Amigos), Rafael Krieger (Sí), Paulo Hruschka (Tartuferia San Paolo), Yasmin Zippin Nasser (Nayme Culinária Árabe) e a turma do açúcar, com Marcelo Apene (Gastromotiva – uma torta doce feita com aproveitamento total das uvas), Íze Acevedo (Flor de Maraca Bakery House), Nicolle Tullio (NT Doces Finos), Anne Schuartz e Karune Iancóski (Bee.O).

Confira todos os pratos que serão servidos no Gastronomix.

Muito além da comida

O Gastronomix não vai ficar só na comida. São mais atrações, com aulas especiais proporcionadas pelos chefs convidados, além de atividades culturais e recreativas para adultos e crianças. Vários músicos e bandas estarão se revezando em shows e certamente haverá sempre o que fazer para aqueles que decidirem passar o dia por lá. Inclusive levando animais de estimação, pois o espaço é pet.

A venda dos ingressos antecipados do Gastronomix está sendo feita pelo site www.festivaldecuritiba.com.br, pelo aplicativo “Festival de Curitiba 2019” e nas bilheterias oficiais do evento, no ParkShoppingBarigüi (Piso Superior – Lado Norte), de segunda a sexta, das 11h às 23h, no sábado, das 10h às 22h e, aos domingos, das 14h às 20h; e no Shopping Mueller (Piso L3), de segunda a sábado, das 10h às 22h, domingos e feriados das 14h às 20h.

Vamos nessa?

O Imaginário molecular do chef Kaká Silva.

Gastronomix 2019

Museu Oscar Niemeyer – Centro Cívico (Curitiba)

6 e 7 de abril, a partir das 11h

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