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Inesquecível jantar com vinhos de Filipa Pato e pratos de Lênin Palhano
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Os vinhos produzidos por Filipa Pato que foram servidos no jantar para convidados especiais no Nomade. (Foto/ Carlos Poly)

Filipa Pato, o marido William Wouters e Camila Podolak, do marketing da importadora Porto a Porto. (Foto/ Carlos Poly)

Volta e meia Filipa Pato está por aqui. Não apenas para apresentar seus vinhos, mas também para visitar e passar alguns dias com os parentes que tem em Curitiba. Na semana passada, a convite da importadora Porto a Porto, a premiada enóloga portuguesa esteve novamente na cidade, apresentando alguns de seus vinhos em um encontro cordial, durante impecável jantar concebido pelo chef Lênin Palhano, do Restaurante Nomade, que funciona no Nomaa Hotel – Palhano estava ausente, participando do congresso internacional Mesa Tendências, em São Paulo, mas foi muito bem substituído pela sous chef Simone Matoso, que veio com ele da equipe do C La Vie.

Acompanhada do marido, o sommelier William Wouters, com quem possui a empresa Vinhos Doidos, Filipa Pato, simpática como sempre, conversou bastante com todos os convidados – a maioria já conhecida de outras jornadas. Tive a honra de me sentar ao lado dela à mesa e pude aprender um pouco mais sobre seus vinhos e seus conceitos.

Creme de mandioquinha com moquequinha de camarão rosa. (Foto/ Carlos Poly)

Os comensais foram recebidos (em meio à maior confusão lá fora, por conta da gritaria de fãs ensandecidas pela presença do cantor Luan Santana no hotel – um dia ainda vou tentar entender isso) com o afeto que passa o espumante 3B (R$73,71), um dos meus favoritos. Elaborado com as uvas Baga e Bical de, em média, 30 anos de idade, na região da Bairrada (a razão do nome 3B), é um espumante elaborado pelo método tradicional (com a segunda fermentação em garrafa). As uvas são colhidas manualmente e o mosto fermenta com leveduras indígenas em toneis de 650 litros e cubas de inox. É bem leve e tem sabor expressivo, que cativa já ao primeiro gole.

O espumante acompanhou os convidados dos primeiros petiscos até a entrada, um delicado Creme de mandioquinha com moquequinha de camarão rosa.

Pirarucu com palmito pupunha. (Foto/ Carlos Poly)

Para o primeiro prato, o Pirarucu com palmito pupunha, o vinho selecionado foi o branco Nossa Calcário (13,5% de álcool – R$167,25), elaborado com a uva Bical de um único vinhedo localizado em Óis do Bairro, aldeia reconhecida desde o século XIX pela elevada capacidade de criar vinhos brancos, também na região da Bairrada. Assinado por Filipa Pato e seu marido, é produzido a partir de vinhas velhas e passa por fermentação em barrica de carvalho francês de 500 litros. É frutado, cítrico e tem um mineral muito equilibrado.

O segundo prato foi um arraso, Carré de leitão caipira ao molho de rapadura com couve-flor em quatro texturas. O adocicado da rapadura enfatizou o sabor do naco de carne e os acompanhamentos dividiram quatro sabores do mesmo produto, em forma de musseline, purê com doce de leite, florezinhas crocantes e o talo branqueado. Dois vinhos foram servidos na proposta de harmonização, o FP Bical e Arinto branco (R$65,54) e o FP Baga (R$65,54). À mesa, as pessoas se dividiram na preferência, mas fiquei com aqueles que preferiram o branco na combinação de sabores. Meio suspeito, pois já era fã desse vinho desde que se chamava Ensaios, nos primeiros tempos de fabricação. Com 12,5% de teor alcoólico, tem aromas de maçã e pera, com um toque amanteigado, bom corpo e ótima acidez. O tinto (12%) também é interessante, com notas de defumado no aroma de frutas vermelhas, boa acidez e taninos maduros.

Entrecôte de angus ao molho de cogumelos e gnocchi de batatas. (Foto/ Carlos Poly)

O terceiro prato foi um Entrecôte de angus ao molho de cogumelos e gnocchi de batatas, com destaque para a maciez da carne. Impecável, tanto quanto o nhoque, que se desmancha na boca e sobre o qual já tive a oportunidade de escrever aqui no blog. Para a escolta na taça, um vinhaço: o Nossa Calcário tinto (R$237,30). Elaborado com a uva Baga e classificado como DOC Bairrada, é produzido a partir de técnicas ancestrais de vinificação com mínimo de intervenção. Tanto quanto o outro, é assinado por Filipa e William. O trabalho de viticultura é manual, mantendo a vegetação natural sem recurso de herbicidas. Com uma pequena percentagem de uva inteira (cerca de 10%), a vinificação da Baga é feita em lagar de carvalho inspirado no tempo dos romanos. O vinho repousa por 18 meses em pipas de 500 litros de carvalho francês (80% usadas e 20% novas). O resultado é um vinho leve (13% de álcool), perfumado e, ao mesmo tempo, complexo, passando um lance de frescor. Taninos finos, boa acidez, muito equilibrado e de longo final. Harmonização perfeita com a carne caprichada.

Bolo de mel, com tuile crocante e doce de leite. Foto/ Carlos Poly)

A sobremesa foi um Bolo de mel, com tuile crocante e doce de leite, com o sempre correto Madeira Justino 10 anos (R$157,59) na taça.

Filipa Pato e seu simpático marido se vão, deixando boas lembranças. Da conversa agradável e dos seus vinhos, que sempre cativam em qualquer circunstância. Todos eles estão disponíveis no nosso mercado, com o preço ao consumidor final publicado nessa postagem, junto aos nomes de cada rótulo.

(Foto/ Carlos Poly)

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