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Chef Ivan Lopes atrás das labaredas de seu novo restaurante o Lavareda, especializado em pratos feitos na brasa. (Fotos/ Divulgação)
Chef Ivan Lopes atrás das labaredas de seu novo restaurante o Lavareda, especializado em pratos feitos na brasa. (Fotos/ Divulgação)| Foto: Picasa

A história é bem interessante. Reúne duas personalidades da gastronomia curitibana e uma nova proposta que agora surge e que é contada na primeira página do cardápio do novo restaurante aberto na cidade.

Diz lá que, em novembro de 2018, o agropecuarista José Bento e seu filho Ely Germano reuniram alguns amigos na Fazenda Mutucas para desfrutarem um fim de semana com suas famílias. Foi assim que o empresário Alô Guimarães Netto conheceu o chef Ivan Lopes. Abateram um excelente cordeiro, cozinharam e trocaram muitas ideias e experiências. Passados alguns meses, Alô propõe a Ivan uma parceria para montarem um restaurante. Ivan traz seu sócio no Restaurante Mukeka, o empresário Fabrício Dantas, para completar o trio que comanda o Restaurante Lavareda, que está saindo do soft open para o funcionamento normal.

<em>Lavareda, especializada em brasa, abrindo as portas em Curitiba. </em>
Lavareda, especializada em brasa, abrindo as portas em Curitiba.

A nova casa foi montada onde era o Quintal do Guima, um dos tantos empreendimentos do currículo de Alô Guimarães Netto, um veterano bem-sucedido da noite e da gastronomia curitibanas. O Quintal era como uma extensão da casa de um amigo ou parente próximo. Amplo, espaçoso, tinha um cantinho para bebericos ou comidinhas, mas também propunha um cardápio de sustança, com rodízio de pratos variados e uma feijoada aos sábados. Era ponto de encontro de muita gente.

O Lavareda muda completamente a proposta e segue por uma tendência que vem se acentuando na gastronomia nacional: o do culto à brasa. Nem tanto pelo programa Perto do Fogo, que o estrelado chef Felipe Bronze apresenta no canal GNT, onde faz tudo quanto é tipo de prato, sobremesa ou drinque na churrasqueira, mas principalmente pela influência que vem dos “asadores” lá de fora, especialmente de Argentina e Espanha, com Francis Mallmann (Patagonia Sur, 1884 e Garzón – este, no Uruguai) e Victor Arguinzoniz (Asador Etxebarri), respectivamente, que fazem tudo e mais um pouco na grelha sobre brasa viva.

Ivan Lopes, aliás, andou pela Espanha em 2017, estagiando em alguns restaurantes estrelados (escrevi aqui) e trouxe muito dessa cultura da comida na brasa. Chegou a aplicar alguma técnica em alguns dos pratos que introduziu no Mukeka, utilizando o char broiler lá existente.

Mas brasa mesmo, aquela vermelhidão do fogo, está chegando só agora. O Lavareda (o significado da palavra é quase o mesmo de labareda) traz uma parrilla integrada ao salão principal, onde estão sendo preparados quase todos os pratos e sobremesas. De apoio, um enorme forno a lenha (herança do Quintal do Guima), onde estão sendo feitos todos os pães da casa e mais alguns pratos do cardápio, como, por exemplo, um Escondidinho de carne de panela e algumas peças de leitão e cordeiro assadas.

´<em>Polenta na brasa, uma das sugestões de entrada. </em>
´Polenta na brasa, uma das sugestões de entrada. | Picasa

Mas o forte mesmo vai ser a brasa, de onde o chef extrai pratos autorais, com acompanhamentos variados, aperitivos e sobremesas. O couvert traz Pão da casa, linguiça de pernil, berinjela e manteiga – mais uma garrafa de água filtrada – (R$ 19). Para começar, difícil escolher entre as atraentes sugestões. Pode ser um Espetinho de frutos do mar - peixe, mexilhão, camarões e lula - (R$ 25) ou a Pupunha de Morretes na brasa e manteiga de garrafa (R$ 25) ou ainda um irresistível Tutano com steak tartare e salada da casa (R$ 18). A carne crua também vem sem o tutano, no Steak tartare, batata rústica e gema caipira (R$ 25), mas acho mesmo que ninguém vai resistir à combinação de Polenta na brasa, bottarga e azeite extra virgem (R$ 14).

<em>Camarões graúdos feitos na brasa. </em>
Camarões graúdos feitos na brasa. | Picasa

O item seguinte do menu se chama Brasa & Forno e também vai mexer com a cabeça do cliente na hora de escolher. De mar e rio tem Polvo (220g a R$ 90), Camarões graúdos (R$ 220 a R$ 90), Banda de tambaqui (2 pessoas – 600g a R$ 130) e Posta de bacalhau (2 pessoas, 500g a R$ 140). Tudo na brasa, reforçando aqui.

<em>Bacalhau...</em>
Bacalhau...| Picasa

De carne bovina são quatro cortes: Assado de tira – que é o corte de costela - (R$ 350g a R$ 39), Entrecot (300g a R$ 59), Prime rib (650g a R$ 90) e T-Bone (1 kg a R$ 149). Tem ainda Peito de pato (R$ 200g a R$ 45), Galeto inteiro (500g a R$ 55), Carré de cordeiro (200g a R$ 59) e dois cortes suínos: Prime rib (250g a R$ 39) e Costela (400g a R$ 42). E a combinação de mar e terra, o Surf & Turf, que junta pato, polvo e boi, porção para três pessoas a R$ 179.

<em>Peito de pato e alguns dos molhos especiais da casa. (Foto/ Anacreon de Téos)</em>
Peito de pato e alguns dos molhos especiais da casa. (Foto/ Anacreon de Téos)| Picasa

Sem contar uma estrela que vem do forno: Bacalhau gratinado, a fornada de bacalhau (R$ 120).

São seis molhos que acompanham os assados, vendidos separadamente: Chimichurri (R$ 3), Maionese de maçã verde (R$ 2), Aïoli de açafrão (R$ 3), Vinagrete da casa (R$ 2), Creme azedo de iogurte com pepino (R$ 3) e Barbecue com goiabada (R$ 2).

<em>Goiabada cascão tostada, goiabada cremosa e requeijão cremoso - uma das sobremesas, na brasa. (Foto/ Anacreon de Téos)</em>
Goiabada cascão tostada, goiabada cremosa e requeijão cremoso - uma das sobremesas, na brasa. (Foto/ Anacreon de Téos)| Picasa

E por falar em goiabada, é uma das estrelas da sobremesa e que também vem da brasa. Achei deliciosa a Goiabada cascão tostada e requeijão cremoso (R$ 14), numa combinação personalizada da nossa velha e conhecida goiabada com queijo, o Romeu e Julieta. Também do fogo saem o abacaxi para Abacaxi na brasa com gelado de gengibre (R$ 16), o coco para o Arroz doce com coco queimado (R$ 15) e as frutas para a Ambrosia com compota de frutas vermelhas defumadas (R$ 22). E ainda tem uma Mousse de chocolate com cupuaçu (R$ 20).

<em>Fábio Boeze (à direita), o parceiro de Ivan Lopes na cozinha do Lavareda. (Foto/ Anacreon de Téos)</em>
Fábio Boeze (à direita), o parceiro de Ivan Lopes na cozinha do Lavareda. (Foto/ Anacreon de Téos)| Picasa

Como Ivan Lopes agora está dividindo seu tempo entre o Lavareda e o Mukeka – que continua em pleno sucesso -, ele conta com o decisivo apoio de Fábio Boeze, seu sous-chef e corresponsável pelo ritmo da cozinha, notadamente na ausência do titular. E com o mesmo pique, é possível garantir.

O Lavareda por enquanto abre apenas para o jantar, de terça a sábado. Mas a estrutura já está sendo finalizada para permitir abertura também no almoço de domingo, o que deve ocorrer ainda durante este mês de junho.

Nesses primeiros dias, só no “ouvir falar”, o novo restaurante já conta com boa presença de público. Pessoas curiosas pela proposta da casa e que chegam graças ao boca a boca de quem já andou por lá. Certamente será sucesso. Primeiro, por contar com um dos melhores cozinheiros que Curitiba conhece. E ainda pela delícia que é o toque defumado vindo das grelhas e das chapas.

Lavareda – Na Brasa

Avenida Vicente Machado, 687 – Centro

Fone: (41) 3224-5674

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