Gostei desde a primeira vez. Comi um Cabrito assado com batatas, brócolis e cebola que guardo na memória como um dos prazeres que a gastronomia me deu. Foi no início de 2011, poucos dias após a abertura da Lugana Trattoria. Fiz o devido registro no blog anterior (que hoje, não sei por que razão, não exibe mais as fotos) e recomendei aos amigos.
O que me encantou na Lugana foi a simplicidade, bem de acordo com a proposta de uma trattoria, sem afetação, pratos fartos e comida boa. Desde aqueles tempos a cozinha está por conta do mesmo chef, Chiquinho Ferreira, um piauiense que já rodou muito por restaurantes paulistanos, dos quais passou por mais de dez anos num daqueles com mais acentuado sotaque italiano, o Empório Ravióli, que pratica a cucina casalinga, o jeito caseiro de se cozinha na Velha Bota.
Voltei lá depois e me diverti com o Ossobuco com polenta, com direito a uma colherinha para retirar o precioso tutano e pôr no pão. E outras vezes para pedir o Stinco de cordeiro ou a Leitoinha crocante, pratos também marcantes, mas que não estão mais no cardápio da casa.
Pois agora anunciaram novidades e fui lá conferir. De uns tempos para cá entrou no menu o Mignon à parmegiana, que é um clássico brasileiro com todos os sabores italianos, mas sem qualquer registro de origem na Itália. Isso mesmo, lá eles não conhecem o prato (o que existe de mais parecido é feito com berinjela, queijo e tomate), que foi adaptado por aqui de um que tem na Argentina e no Uruguai e se chama Milanesa napolitana. Talvez por utilizar ingredientes tipicamente italianos, algum cozinheiro, imigrante italiano, lá nos idos do início do século passado batizou de parmegiana (tem a ver com o queijo parmesão, que hoje é substituído pela muçarela).
Mas o que importa é que é bom. Em todas suas variações, especialmente quando os ingredientes utilizados são de primeira linha. Como esse da Lugana, que utiliza tomates e muçarela italianos, que dão uma bela diferença. Os tomates não têm a acidez do nacional (que não se quebra nem com açúcar e boa vontade) e o queijo se derrete de maneira uniforme, não ficando chicletudo ao esfriar um pouco.
O Mignon à parmegiana da Lugana é servido em dois tamanhos. O normal do cardápio R$ 45) ocupa o prato inteiro com o filé mignon à milanesa por baixo e uma quantidade generosa (e bota generosa) de molho por cima, mais a cobertura de muçarela. O menor (R$ 39) é montado no prato com arroz e batatas fritas. Não sou dos mais exagerados para comer e já me contentaria com a porção menor. A grande dá, com certeza, para duas pessoas, se pedirem e dividirem uma entrada, por exemplo.
Por falar em entrada, experimentei uma Salada caprese (R$ 25) que me surpreendeu. Não era bem a caprese que conhecemos e sim uma interpretação do chef em torno do prato original (com muçarela de búfala, tomate e manjericão, formando as três cores da Itália). Só que leva por cima uma camada de mostarda, que tira um pouco do sabor até então conhecido, mas não desagrada no impacto do novo.
Foi apenas uma observação pela curiosidade que despertou a entrada. Mas, com ou sem ela, o que importa é o Mignon à parmegiana, de primeira linha. Como praticamente tudo, por sinal, que o chef Chiquinho costuma fazer.
Mas o cardápio ainda tem mais variedades. Dentre as massas, duas são especialidades da casa, o Ravióli de búfala ao molho pomodoro e basílico (R$ 45) e o Agnolotti de cabrito ao molho funghi (R$ 49). Para quem prefere peixe, há um Linguado à moda do chef com risoto à parmegiana (R$ 88 duas pessoas ou R$ 52 individual) que é coisa séria.
E dentre as sobremesas, que são várias, minha favorita, desde a primeira vez, é a Torta Lugana de nozes com sorvete de creme (R$ 17).
Há uma carta de vinhos curta, mas toda exclusiva. São vinhos todos importados pela casa (ou pelos que gerem a casa) e somente italianos. Para completar o sotaque adequado ao local.
Trattoria Lugana
Rua Brigadeiro Franco, 920 – Centro
Fone: (41) 3223-1010
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