A primeira impressão é que não casa uma harmonização. A cozinha peruana – nunca tanto em alta como nos dias de hoje – utiliza muito limão, azeitona, milho, gengibre, shoyu e alguns outros ingredientes que, teoricamente, têm mais dificuldade em se entenderem com os vinhos.
Na teoria, é claro, pois as propostas estão sempre abertas às combinações e ao confronto de sabores. E é justamente o que sugere a parceria entre a Grand Cru e a Culinária Afetiva, que, juntas, promovem um jantar peruano no próximo dia 25.
Primeiro vamos ao que é a Culinária Afetiva. Trata-se de uma proposta do chef Rodrigo Santiago e de sua mulher, Daniele, que recebem em casa as pessoas interessadas na boa comida e na intimidade de um jantar praticamente exclusivo. É o que chamam por aí de antirrestaurante, moda que começou na Europa e já se espalhou por outros países, chegando por aqui.
Pois dessa vez Santiago vai cozinhar fora de casa, aproveitando a bem equipada cozinha da loja Grand Cru em Curitiba. E vai apresentar variações de um dos seus cardápios de maior sucesso, o da cozinha peruana. O menu remonta à viagem que ele fez ao país andino, onde descobriu a variedade de alimentos, pratos, ingredientes e a mistura de culturas que torna a culinária local algo extremamente peculiar.
São paladares e texturas que vão dos frutos do mar do oceano Pacífico, dos produtos da Cordilheira dos Andes, advindos da civilização milenar dos incas e também da Amazônia peruana, riquíssima em espécies exóticas e deliciosas. Tudo isso fundido com os novos hábitos gastronômicos levados pelos imigrantes se transformou na cozinha peruana.
O jantar
O cardápio elaborado por Rodrigo Santiago começa com uma Causa Limenha, que é um prato bem popular no Peru, tendo como base uma batata bem amarela que eles têm por lá. Na maioria dos casos é moldada em aros, alternando o purê com peixes e frutos do mar ou simplesmente sobrepondo-os. A que será servida terá, além dos frutos do mar, molhos de azeitona, queijo e abacate. Para harmonizar, a bebida escolhida foi um Nocturno Brut, o espumante argentino mais vendido no Brasil – composto de 50% de uva Chenin Blanc e 50% de Ugni Blanc.
O primeiro prato será um Cebiche, prato que já vem sendo mais popular por aqui e que tem sua origem reivindicada por peruanos, chilenos, equatorianos e quem quer que esteja à margem do Pacífico (inclusive do lado asiático). São aquelas tiras de peixe fresco marinadas e com isso cozidas no suco do limão, com variações nos ingredientes de acompanhamento. O peruano, no caso, é guarnecido com milho, batata-doce, cebola e um pouco de coentro e é o que será apresentado no dia 25. O vinho selecionado para fazer companhia foi o sul-africano Klein Constantia Rosé – 50% Cabernet Franc e 50% Cabernet Sauvignon – da vinícola Klein Constantia.
O segundo prato, que é o de carne, será o Lomo Saltado, também bem popular entre os peruanos e que tem muito a ver com a culinária chinesa, pois nasceu justamente com os imigrantes chineses em Lima. São escalopes de filé mignon salteados com um molho à base de gengibre, shoyu, tomate, cebola e pimenta. Serão escoltados pelo Zorzal Terroir Único Pinot Noir, mais um argentino de Mendoza, da Vinícola Zorzal, e um vinho que a mim sempre me agrada muito.
De sobremesa, Cheesecake de aguaymanto. Aguaymanto é uma variação da physalis (que no Norte do Brasil também é conhecida como camapu ou Juá), uma fruta muito comum pelas bandas de lá, a ponto de ser conhecida como cereja peruana. Na taça, o Nocturno Dulce Natural, novamente da Nocturno, espumante aromático elaborado com uva Torrontés.
O evento está programado para se iniciar às 19h30 do dia 25, com o custo de R$ 130 por pessoa (R$ 250 por casal). São poucas vagas.
Grand Cru Curitiba
Rua Pasteur, 90 – Batel
Fone: (41) 3044-0292
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