Mesmo que as expectativas para a economia brasileira em 2022 venham sendo repetidamente revisadas para baixo, as cooperativas do Paraná estão olhando para os próximos anos com otimismo. Não é à toa: só este ano, elas devem faturar em torno de R$ 152 bilhões, valor quase 30% superior ao do ano passado.
“Isso faz parte do nosso plano estratégico, não é um fato isolado. Mas, realmente, o crescimento foi bem significativo, porque a demanda por alimentos continua aquecida a nível internacional”, diz José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, entidade que reúne as cooperativas paranaenses.
Considerado “acima da média” por Ricken, o crescimento não deve continuar no mesmo ritmo, mas, ainda impulsionado por uma alta demanda por alimentos, vai se manter em 2022 - quando as cooperativas do estado pretendem investir R$ 5 bilhões para expandir seus negócios - e nos próximos anos. Com isso, a expectativa das cooperativas é atingir a meta do Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200) até quatro anos antes do prazo, que é 2029, confirmando o cenário otimista para o setor.
“Tínhamos imaginado chegar a R$ 200 bilhões em 2026 ou 2027, mas isso pode ser antecipado em um ano. Em 2022, vamos ter a demanda internacional, a safra foi bem implantada e, embora uma La Niña possa atrapalhar, ela vem com uma expectativa positiva. Os preços também não vão se reduzir, porque eles acompanham a demanda. A nossa dificuldade pode ser a indisponibilidade de crédito mais barato, que pode afetar a rentabilidade. Ainda assim, hoje nossa avaliação é positiva”, avalia.
Ricken espera ainda que as cooperativas do estado comecem a colher os frutos pelo fato de o estado ser, desde o fim de 2019, uma área livre de febre aftosa sem vacinação. “A área de suínos deve aumentar. Tem mercados na Ásia e até aqui na América mesmo que não compravam de nós, mas hoje estão nos procurando”, diz.
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