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A Tradener, primeira comercializadora de energia do Brasil está importando gás não convencional proveniente de Vaca Muerta, na Patagônia, uma das maiores reservas do mundo. O foco dessa fase é atestar a viabilidade operacional do fluxo do gás por meio do corredor Argentina-Bolívia-Brasil, o que envolveu a avaliação técnica da infraestrutura existente e dos procedimentos de transporte entre os três países.
Para o CEO da Tradener, Guilherme Avila, “esse é um momento bastante relevante, pois representa a abertura de uma nova rota de suprimento para o mercado brasileiro e a consolidação de um movimento de integração regional que pode trazer maior competitividade e segurança energética para a indústria nacional. Este início de 2025 entra para a história como o ano em que o gás natural argentino chegou, pela primeira vez, ao mercado brasileiro e é ótimo que nossa marca esteja presente em mais essa inovação do mercado de energia do Brasil”. Avila comenta que ainda que em caráter de testes, esse momento representa um passo importante para a integração energética entre as maiores economias da América do Sul.
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A Tradener atua há 26 anos com pioneirismo e inovação. Desde 2022, importa gás natural da Bolívia e conta com reservas próprias como produtora e comercializadora de gás, o que reforça sua presença estratégica no setor. No mercado internacional, opera a exportação de energia elétrica para Uruguai e a Argentina desde 2006. Além disso, mantém ativos próprios de geração, distribuídos em sete estados brasileiros, com usinas eólicas, PCHs e uma termelétrica, totalizando 172 MW em operação — um portfólio diversificado que assegura flexibilidade e confiabilidade no atendimento ao mercado.
"Acreditamos que essa conexão com a Argentina, via Bolívia, será estratégica para diversificar a matriz de suprimento de gás no Brasil. A Tradener tem investido em soluções que acompanhem as transformações do setor e contribuiu com seus testes para garantir que essa nova rota seja segura e viável", destaca o CEO da empresa.
A partir dos resultados, a expectativa é que os próximos passos avancem para operações comerciais regulares, contribuindo para o fortalecimento da integração gasífera sul-americana e abrindo novas oportunidades para o setor energético brasileiro.
Parceiro argentino
A empresa argentina responsável pelo processo é a Pampa Energia, uma das maiores companhias de energia da Argentina. Atua na geração e transmissão de energia elétrica, sendo uma das principais geradoras do país, com uma capacidade total de 5.472 MW por meio de nove usinas termelétricas, três hidrelétricas e cinco parques eólicos. Nos últimos sete anos, a companhia se consolidou como a maior geradora privada da Argentina.
Também realiza atividades de exploração e produção de hidrocarbonetos, com presença em 8% da área de Vaca Muerta. Atualmente, é a terceira maior produtora de gás da Cuenca Neuquina e a quinta do país. Além disso, desenvolve uma ampla gama de produtos petroquímicos, sendo a única produtora de borracha, estireno e poliestireno do país.
A Pampa Energía também atua como co-controladora da Transportadora Gas del Sur (TGS), que transporta 60% do gás consumido no país, e da Transener, que opera 85% das linhas de alta tensão da Argentina.