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Fábrica da Embrart na Cidade Industrial de Curitiba
Fábrica da Embrart na Cidade Industrial de Curitiba| Foto: Gelson Bampi / Divulgação Sistema Fiep

O aumento significativo das vendas online nos últimos anos e, em especial a partir de 2020, por conta da pandemia, aqueceu o mercado de embalagens de papel ondulado. É um tipo de embalagem própria para transportar com segurança vários produtos, sem risco de danificá-los, desde os frágeis hortigranjeiros até peças de caminhões e tratores, passando por medicamentos, bebidas e componentes eletrônicos.

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“A embalagem feita de papel ondulado é um produto transversal, que atende a vários segmentos da indústria”, destaca Rui Brandt, presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sinpacel). Segundo ele, qualquer produto que é transportado precisa ser embalado em papel ondulado e, como o comércio pela internet cresceu muito, este mercado ficou aquecido.

Dados da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel) mostram que as vendas de embalagens de papel ondulado cresceram 9,6% no país no primeiro trimestre desse ano em comparação ao mesmo período de 2020 e 3% em comparação ao trimestre anterior.  Em termos de volume, março de 2021 foi o nono mês consecutivo de crescimento, registrando o maior volume histórico para o período.

De olho nesse mercado, a Embrart Embalagens Inteligentes, com sede na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), investe para crescer e atender a demanda. “Estamos em expansão, concentrando nossas quatro unidades em uma só e ainda ampliando, com a construção de mais 4 mil metros quadrados para abrigar uma máquina que está sendo importada”, conta Samuel Leiner, presidente do Conselho de Administração.

Empresa de porte médio, com 200 funcionários e 35 anos de atuação, a Embrart produz atualmente 24 mil toneladas de embalagens de papel ondulado por ano e atende os mercados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Com o plano de expansão, iniciado em 2020, a projeção é aumentar em cinco vezes a produção até 2025. “Mercado para isso tem”, afirma Leiner. Ele conta que os planos de expansão já estavam definidos antes da pandemia e que foram reforçados com o aumento da demanda pelo produto.

Mas, ao mesmo tempo em que a crise sanitária aqueceu as vendas, também determinou um aumento importante no custo da matéria-prima, o que penalizou a empresa. “O papel praticamente desapareceu e os preços no mercado interno ficaram abusivos”, conta. Segundo ele, para continuar atendendo os clientes a Embrart começou a importar papel de várias partes do mundo e pagou caro por isso. “O preço subiu mais de 50%”, informa. O empresário diz que hoje os estoques estão repostos e a situação está se normalizando.

Papel reciclado é fundamental no ciclo da produção

Grande parte do papel usado pela Embrart é o reciclado, que é mais maleável que o de fibra virgem e permite a ondulação. “É um produto caro, mas fundamental para a qualidade final do nosso produto”, explica Leiner. Ele conta que a indústria desenvolve soluções customizadas para atender as necessidades específicas dos clientes. “Muitas vezes um determinado produto demanda uma embalagem própria e atender essa necessidade é um dos nossos diferenciais”, observa.

Por utilizar papel reciclado, a empresa depende das recicladoras, que fazem a coleta das embalagens usadas. “Curitiba é uma das poucas cidades que tem coleta seletiva. Para nós seria muito importante que outras também tivessem. Muitas das nossas embalagens vão para o interior e não retornam e isso nos prejudica”, pontua.

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