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“Quantos vozes o Supremo calou?”
(Gazeta do Povo)
Peço aos meus sete leitores que reparem neste detalhe de uma obra-prima de Michelangelo Buonarroti: o afresco do teto da Capela Sistina, no Vaticano, concebido entre os anos de 1508 e 1512:

Trata-se de uma concepção artística da criação do homem, descrita no Livro do Gênesis e retomada, de forma poética, no prólogo do Evangelho de São João:
“No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava em Deus,
e o Verbo era Deus.”
Reparem que as mãos de Deus e do homem não se tocam: existe um espaço que separa o Criador de sua criatura. Para que o homem toque a mão de Deus, é necessário um movimento. Um gesto. Uma ação humana.
Para participar da existência divina, ou seja, para tocar a própria essência da Verdade, o homem precisa tomar uma decisão, fazer uma escolha. Esse espaço, meus amigos, representa o livre-arbítrio, a liberdade humana, um dom que nos foi concedido por Deus.
A liberdade não foi inventada por nenhum político, por nenhum governo, por nenhuma revolução. Ela não é uma concessão do Estado. Ela é um presente de Deus, um direito inscrito pelo Criador no coração do homem.
Como diz o escritor e psicólogo Jordan Peterson em seu mais recente livro, Nós que lutamos com Deus — Percepções do Divino, o governo que procura arrancar esse direito individual terminará por destruir toda a sociedade: “O Estado que proíbe seus indivíduos de falar a verdade se fossiliza, murcha e morre em um surto autodestrutivo e cada vez mais desmoralizante de mentiras.”
Em 1953, o escritor americano Ray Bradbury publicou uma distopia chamada Fahrenheit 451. A história se passa em uma sociedade do futuro em que os livros são proibidos e os bombeiros são incendiários. Em vez de apagar incêndios, eles provocam incêndios para queimar livros. Evidentemente, ao queimar livros, acabam queimando pessoas também.
Em inglês, as palavras book (livro) e liberty (liberdade), assim como liberty (liberdade) e library (livraria), possuem a mesma raiz semântica. É evidente que a queima de livros em Fahrenheit 451 simboliza a destruição da liberdade humana e, com ela, a destruição da vida.
Charlie Kirk foi vítima de um bombeiro incendiário. O terrorista que tirou a vida de Kirk representa um fenômeno denominado inversão ontológica da realidade, ou seja, quando as coisas se tornam o oposto do que deveriam ser.
O assassino de Kirk é irmão do policial que prende inocentes, do médico que defende a doença, do professor que ama a ignorância, do historiador que falsifica a história, do jornalista que ama a mentira, do artista que odeia a beleza, do padre que não acredita em Deus, do juiz que corrompe a lei.
VEJA TAMBÉM:
Aqui no Brasil, estamos sendo governados pelos inversores da realidade. Eles dominam a mídia, o sistema de ensino, as instituições e o governo — algo muito parecido com o que ocorre nos Estados Unidos. Mas, felizmente, existem pessoas que se recusam a aceitar a morte da liberdade e o império da censura.
Havia no Brasil um professor chamado Olavo de Carvalho. Ele ensinava que, para deter os inversores da realidade, era preciso criar uma muralha de livros que ajudassem a levantar a maior riqueza que um país pode ter: o seu espírito, a sua alta cultura.
Foi com esse propósito que Cláudia e Edson Piovezan criaram, há cinco anos, a Editora E.D.A. – Educação, Direito e Alta Cultura. E o primeiro grande sucesso da E.D.A. foi justamente O Inquérito do Fim do Mundo, um dos livros que denunciavam o processo de destruição da Justiça e da liberdade no Brasil.
Seguiram-se depois Sereis como Deuses e Suprema Desordem, obras fundamentais para a compreensão da nossa história recente. O trabalho que Charlie Kirk fazia nas universidades americanas é muito parecido com o que fazem Cláudia, Edson e todos os juristas, professores e escritores que participaram dessas obras.
Agora, a trilogia iniciada com Inquérito do Fim do Mundo transforma-se em tetralogia, com o lançamento de In Verbo Veritas – Liberdade de expressão e o caminho da verdade, organizada por Bianca Cobucci Rosière e Cláudia Piovezan. É necessário destacar que a ideia de fazer essa série de ensaios sobre a liberdade de expressão nasceu após a publicação de outra importantíssima obra da Dra. Bianca: 8 de janeiro e o Direito Penal do Inimigo, já comentada nesta coluna.
Como defensora pública no Distrito Federal, a autora testemunhou de perto os abusos e violações de direitos humanos cometidos contra os reféns do 8 de janeiro. Ela viu os inocentes imolados, as celas infectas e as famílias dilaceradas, a quem os políticos do sistema agora negam misericórdia.
Daqui a muitos anos, quando as pessoas quiserem entender a guerra espiritual da nossa época — que opôs a verdade e a mentira, a liberdade e a censura, a realidade e a narrativa —, lembrar-se-ão de Charlie Kirk e de seu martírio pela liberdade. Mas também saberão que, aqui no Brasil, um grupo de cidadãos teve a coragem de resistir à inversão demoníaca de tudo que é bom, belo e verdadeiro.
“No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava em Deus,
e o Verbo era Deus.”
In Verbo Veritas. Na Palavra está a Verdade — e, ao fim, a Verdade triunfará.
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