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Paulo Briguet

Paulo Briguet

“O Paulo Briguet é o Rubem Braga da presente geração. Não percam nunca as crônicas dele.” (Olavo de Carvalho, filósofo e escritor)

Ódio socialista

Uma bala na cabeça: a pena de morte da esquerda

Integrantes da Direção de Investigação Criminal e Interpol (DIJIN) chegaram à zona onde se apresentaram o atentado contra o senador Miguel Uribe Turbay neste sábado, em Bogotá (Colômbia). (Foto: Carlos Ortega/EFE)

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Em 7 de novembro de 1937, vinte anos depois do golpe que levou os comunistas ao poder na Rússia, o ditador Josef Stálin disse:

“Quem quer que tente destruir a unidade do Estado socialista, quem quer que procure a separação de suas partes ou nacionalidades esse homem é um inimigo jurado dos povos da União Soviética. E destruiremos cada um desses inimigos, destruiremos todos os seus parentes, sua família. Destruiremos implacavelmente quem quer que, por seus atos e pensamentos sim, por seus pensamentos ameace a unidade do estado socialista. Para a completa destruição de todos os inimigos, eles mesmos, e seus parentes!”

Há exatos dez anos, em junho de 2015, o professor e militante comunista Mauro Iasi proferiu as seguintes palavras:

“Nós estamos dispostos a oferecer o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, com uma boa bala e vamos oferecer depois de uma boa pá, uma boa cova. Com a direita e o conservadorismo nenhum diálogo, luta!”

Separadas por sete décadas, as frases de Stálin e de Iasi (esta, uma citação de um poema de Bertolt Brecht), revelam um dos dogmas centrais da mentalidade esquerdista através dos tempos: a morte do adversário político e de todos que se associam a ele.

Se existe algo que nunca sai da cabeça de um militante comunista, é a bala na cabeça do inimigo. Não se trata de um acaso, portanto, que os regimes de inspiração marxista tenham matado aproximadamente 150 milhões de pessoas e que a morte costume visitar com tanta frequência os líderes políticos que representam algum tipo de ameaça aos projetos de poder da esquerda. 

Foi assim com Donald Trump e Fernando Villavicencio em 2023, com Shinzo Abe em 2022, com Bolsonaro em 2018, com Margaret Thatcher em 1984, com Ronald Reagan e João Paulo II em 1981.

Enquanto escrevo estas palavras a meus sete leitores, o senador colombiano Miguel Uribe Torbay luta pela vida numa unidade de terapia intensiva em Bogotá. Ele sofreu uma tentativa de assassinato no último sábado (7), durante um comício. Pré-candidato presidencial, Uribe é um contundente crítico do atual governo colombiano, chefiado pelo socialista Gustavo Petro.

Miguel Uribe sofreu o atentado no momento em que seu nome cresce em popularidade, enquanto Petro amarga altíssimos índices de rejeição pelos colombianos. 

VEJA TAMBÉM:

Não há como evitar comparações com o atentado sofrido por Jair Bolsonaro em 6 de setembro de 2018, no auge da campanha presidencial

Bolsonaro foi vítima de um ex-militante do PSOL; Uribe foi baleado na cabeça por um adolescente de 15 anos. Em ambos os casos, é impossível acreditar que eles tenham agido sozinhos.

Embora tenha condenado formalmente o ataque contra Uribe, Gustavo Petro vem apostando, desde o início do seu mandato, em uma retórica agressiva e divisionista contra seus adversários políticos. 

Aos jornalistas que lhe criticam, ele chama de “marionetes da máfia”. Aos protestos contra o seu governo, que reúnem multidões de colombianos, ele chama de “marchas da morte”. Aos que se opõem ao seu referendo para aprovação de medidas socialistas, ele chama de “bandidos e assassinos”. 

Miguel Uribe, que agora padece no leito de hospital, era um dos alvos de Petro em seus discursos inflamados de cunho marxista. Não por acaso, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ao condenar o ataque contra Uribe, criticou “a violenta retórica esquerdista vinda dos altos escalões do governo colombiano”.

Miguel Uribe, que é neto de Julio Cesar Turbay Ayala, presidente da Colômbia entre 1978 e 1982, teve a sua vida marcada pela tragédia do terrorismo. Em 1991, sua mãe, a jornalista Diana Turbay, foi morta a tiros após ter sido sequestrada por traficantes ligados a Pablo Escobar. 

Uribe tinha apenas 5 anos quando isso aconteceu. Mesmo assim, afirmou ao entrar para a política: “Eu poderia ter crescido buscando vingança, no entanto decidi fazer a coisa certa: perdoar — mas não esquecer”.

Peço a meus sete leitores que rezem pela recuperação de Miguel Uribe. Afinal, uma das coisas mais raras de se ouvir hoje em dia é um político falando em perdão.

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Conteúdo editado por: Aline Menezes

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