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Transformando em crônica heroica o noticiário de cada dia.

Carta #18

E aí, vocês estão curtindo 2025?

Cuidado! Você foi atraído para esta foto como uma aleluia e". tssssssssss! (Foto: ChatGPT)

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Caro leitor,

No começo de todo ano a gente está cheio de planos e esperanças. E também de previsões. Algumas baseadas em alguma esoterice, outras no puro feeling, que pode ser otimista ou pessimista. Depois, no final do ano, em meio a um “eu sabia!” aqui, um “eu avisei” ali e um “por essa eu não esperava” acolá, fazemos um balanço de tudo o que aconteceu.

Mas eu estava aqui pensando no meu próprio 2025, em tudo o que me aconteceu nos últimos seis meses, e achei por bem perguntar: como está o seu ano até aqui? Muitas surpresas? Muitas expectativas frustradas? Muitas previsões cumpridas? E o mais importante: você diria que hoje é uma pessoa melhor ou pior do que aquela que, no réveillon, aplaudiu os fogos de artifício e encheu a cara de champanhe que eu sei?

Lobotomia

Neste ponto do texto o homem que fui um dia geralmente se faria vulnerável e se exporia. Tudo em nome da literatura, diria ele a quem o criticasse. Mas aí está uma das coisas que aprendi em 2025: às vezes a gente precisa se recolher, refletir e se proteger. Porque nem todo mundo vive uma vida sincera. Muitos sorrisos e abraços que a gente encontra pelo caminho escondem carrancas, punhos fechados, contrariedade – e uma ambição nem sempre bem direcionada. Sacumé.

Mas deixemos este que vos fala de lado e pensemos na tal da big picture que nos hipnotiza a todos com sua eterna promessa de paz ou guerra: a política, a situação do Brasil, STF, Lula, o Congresso. Enfim, essas coisas todas que, como o brilho de uma lâmpada daquelas de antigamente, nos atrai feito aleluias e tssss – fritam nosso cérebro e nos transformam em seres humanos lobotomizados.

Por aí vai, por aí foi, por aí irá

Nisso acho que 2025 está sendo bastante previsível. Desde janeiro Alexandre de Moraes dobrou, triplicou, quadruplicou,..., decuplicou a aposta. Lula e Janja viajaram e deram gafes. Bolsonaro bolsonarou. E por aí vai. O ano está sendo uma sucessão de notícias que variam entre o ruim, o péssimo e o trágico, mas convenhamos: sem grandes solavancos. Na verdade, todo dia se parece com o anterior. A única diferença é a página da Constituição sendo triturada.

Daí o cansaço que tomou conta de parte dos meus leitores, entre os quais você talvez se inclua. E de mim também. Agora mesmo, enquanto escrevo esta carta, recebi a informação de que Alexandre de Moraes mandou prender mais um e zzzzzzzz. O André Marsiglia vai explicar as ilegalidades – no que está certíssimo. Outros comentaristas e analistas vão dizer que é um absurdo, inaceitável e inadmissível. Você conhece a ladainha. E por aí vai, por aí foi, por aí irão os meses que restam até 2026.

Ouvido amigo

Só espero que, imerso nesse semitédio de sucessivas desgraças, e perdido na neblina da indignação sem objetivo definido, você recupere o fôlego logo. E principalmente que você não desista de conversar. Conversar, não se lamuriar. Nem descontar no outro a sua frustração. Muito menos acusar, xingar, dar de dedo. Conversar, trocar figurinhas, falar daquilo que não será mencionado nos livros de história, mas é o que dá cor à vida. Precisando de um ouvido amigo, tamos aí.

Um abraço do
Paulo

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