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O republicano John McCain perdeu a eleição presidencial nos EUA porque não conseguiu superar o ambiente econômico hostil, descolar sua imagem do presidente George W. Bush e convencer os eleitores de que poderia liderá-los para sair da crise.

Analistas disseram também que a escolha da inexperiente governadora do Alasca, Sarah Palin, como candidata a vice, foi um passo em falso por ter despertado dúvidas sobre o bom senso do candidato. Apesar do impulso inicial junto à base conservadora, a indicação dela pode ter custado muitos votos entre o eleitorado independente.

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Os moderados também se assustaram com as acusações da campanha de McCain de que Obama seria um socialista amigo de terroristas e ávido por aumentar impostos.

Após oito anos na Casa Branca, o partido alienou minorias raciais, jovens e eleitores mais educados. O golpe final foi a debandada em massa do proletariado branco, devastado pela crise.

Mas a reação do senador foi pequena diante da grandiosidade dos acontecimentos. Ele não conseguiu se descolar suficientemente de Bush, segundo estrategistas do partido, e a falta de coerência de sua mensagem econômica acabou prevalecendo sobre eventuais trunfos a respeito da guerra do Iraque.

No elegante discurso de admissão da derrota, o ex-prisioneiro de guerra refletiu sobre a campanha e assumiu a culpa pelo resultado. “Não sei o que mais poderíamos ter feito para tentar ganhar esta eleição. Lutamos o quanto pudemos. E, se ficamos aquém, o fracasso é meu, não de vocês”, disse ele aos seus seguidores, que passaram a gritar seu nome em coro.

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O estrategista republicano John Feehery disse que a vinculação de McCain a Bush foi decisiva e deveria ter sido evitada com mais vigor. “Ele não rompeu com Bush no começo, e deveria. Ele chamou muitos assessores de Bush, e eles continuaram tão leais a Bush quanto a McCain.”

Em meados de outubro, McCain adotou um bordão de campanha, “Não sou George Bush”, mas já era tarde.

Entre agosto e setembro, ele até parecia competitivo, mas então explodiu a crise, e seu rival Barack Obama disparou nas pesquisas.

“O derretimento econômico reestruturou toda a corrida e dificultou que McCain competisse pelos eleitores independentes indecisos”, disse o estrategista republicano Scott Reed.

A decisão de McCain de suspender a campanha e voltar a Washington para tentar mediar um pacote parlamentar de resgate do setor financeiro acabou se revelando “um erro estratégico e tático,” na opinião de Reed.

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McCain pediu que o primeiro debate presidencial fosse adiado devido à crise, mas Obama calmamente respondeu que os candidatos deveriam ter capacidade de se dedicar a duas coisas ao mesmo tempo – o que obrigou McCain a ceder. Quando o debate ocorreu, Obama venceu.