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O novo ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, fala a imprensa após tomar posse do cargo, no Palácio do Planalto.
O novo ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, fala a imprensa após tomar posse do cargo, no Palácio do Planalto.| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Na última semana, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos/PE) assumiu o Ministério de Portos e Aeroportos, em substituição a Márcio França (PSB/SP). O novo ministro não explicou as prioridades e diretrizes para a pasta durante sua gestão, se limitando a indicar pontos que devem ser relevantes para o ministério, mantendo o discurso de continuidade.

Dentre os assuntos de destaque, está a enfatização da agenda portuária brasileira, e prometeu políticas que desburocratizem e incentivem o setor produtivo, a fim de atrair cada vez mais investimentos privados para os portos do país.

Costa Filho alcança uma posição estratégica, com prestígio e respaldo no Executivo e Legislativo, que poderá pavimentar o caminho para voos ainda maiores em sua carreira política.

Além disso, reiterou que não pretende privatizar o Porto de Santos, uma vez que é uma decisão “de governo”. Vale lembrar que esta é uma das principais pautas de seu correligionário, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas.

Sinalizou a construção do túnel Santos-Guarujá e impulsionar o lançamento do Programa Voa, Brasil!, anunciado por França e que deveria entrar em vigor em setembro, mas teve seu andamento comprometido pelas discussões relacionadas à reforma ministerial.

Por fim, enfatizou a intenção de fortalecer as hidrovias brasileiras em colaboração com o Ministério dos Transportes. A responsabilidade pela execução das políticas públicas de hidrovias foi transferida para a pasta de Silvio Costa Filho no início do ano. Antes disso, essa atribuição estava a cargo do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o que gerou conflitos entre o então ministro França e o ministro dos Transportes, Renan Filho. Posteriormente, o ministro defendeu a redução das taxas de juros e defendeu um maior investimento no país,  que descreveu como uma "janela de oportunidade", e demonstrou alinhamento com o governo Lula.

O pai de Silvio Costa Filho é o ex-deputado Sílvio Costa, líder do governo de Dilma Rousseff (PT), e é conhecido por sua habilidade em navegar com sucesso entre os diferentes espectros políticos, tanto a nível nacional quanto em seu estado natal, Pernambuco. Lá, mantém alianças sólidas com a governadora Raquel Lyra (PSDB/PE) e o prefeito de Recife, João Campos (PSB/PE). No entanto, Costa Filho enfrenta agora o desafiante papel de equilibrar as expectativas do presidente Lula e do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas.

Um dos principais pontos de disputa certamente será a gestão do Porto de Santos. No primeiro round dessa batalha, Tarcísio saiu vitorioso, já que uma de suas aliadas, Mariana Pescatori, assumiu recentemente a secretaria nacional de portos. Os próximos passos serão importantes nesse sentido.

Costa Filho alcança uma posição estratégica, com prestígio e respaldo no Executivo e Legislativo, que poderá pavimentar o caminho para voos ainda maiores em sua carreira política. O governo aproxima-se do Republicanos e busca fortalecer sua própria base no Congresso para avançar com sua agenda. Um casamento selado pela política, mas que pode render bons frutos a ambas as partes.

Juan Carlos C. Gonçalves é graduado em Ciência Política e em Gestão de Políticas Públicas pela UnB, mestre em Administração Pública pelo IDP. Possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV e tem formação pelo RenovaBR. Representou diferentes escritórios de Relações Governamentais em Brasília. Fez parte do quadro do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Passou a integrar o Ranking dos Políticos em 2020. É diretor-geral da entidade desde 2023.

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