As eleições ficaram para trás e agora vem a hora da verdade: o que esperar da economia no governo de Jair Bolsonaro (PSL), eleito presidente neste domingo (28). O primeiro ponto é que ele herda uma economia que vem crescendo pouco há oito trimestre, uma aceleração forte da geração de empregos, um índice de confiança crescente, inflação sob controle e contas externas muito boas. Por todos esses lados, a economia vai muito bem, e teria tudo para acelerá-la. Mas isso não vai acontecer por passe de mágica: depende das ações do governo. Para que isso tudo de fato se torne uma realidade, falta resolver o último problema gigante de curto prazo da economia brasileira: as contas públicas. Apesar dos indicadores positivos, o Brasil continua com um problema fiscal muito grande — que tem em sua origem o enorme déficit da Previdência. A primeira medida que o Bolsonaro deve tomar para manter e acelerar esse cenário é resolver o problema das contas públicas, que só será possível com uma reforma da Previdência — e quanto mais agressiva, melhor. O que significa ser agressiva? Acabar com os privilégios, ser a mesma lei para todos os brasileiros. Teremos uma economia gigantesca, o senso de justiça aumenta e com isso o apoio ao governo também. E aí é possível aprovar outras reformas importantes, como a tributária, para simplificar e reduzir custos de produção e, por consequência, aumentar a geração de empregos. A grande dúvida é quão agressivo de fato o governo Bolsonaro vai ser no avanço das reformas. Se por um lado a retórica da campanha foi de favorecer linhas de políticas econômicas liberais, por outro, o histórico de votações do deputado Bolsonaro não bate com nada disso. E não precisamos esperar o presidente tomar posse: as medidas que serão anunciadas nesse período de transição também vão contar, caso ele sinalize que vai avançar nessas ações liberalizantes.
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