Pandemia impulsionou o varejo online. Na outra ponta, aviação e turismo foram prejudicados.| Foto: Bigstock
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Em um semestre cheio de novidades para o mundo todo, no Brasil, o maior destaque no segmento das aplicações financeiras ficou com as ações do setor de varejo online. Com o início da pandemia e o período da quarentena, as lojas físicas fecharam promovendo um crescimento robusto das vendas pela internet e beneficiando as empresas do setor. As ações da B2W subiram 70% no período, enquanto Lojas Americanas apresentou alta de 24%, Magazine Luiza, de 51% e Via Varejo, 37%. Como comparativo, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 18% nos seis primeiros meses do ano. Ainda no lado positivo, também tivemos as ações da Weg, fornecedora de sistemas elétricos industriais, e da B3 - Bolsa, Brasil, Balcão - apresentando fortes altas no período.

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Já no campo negativo, por causa da paralisia e das perspectivas de curto prazo para o setor, os mais pressionados foram empresas aéreas e de turismo, como Gol, Embraer, CVC, Azul e Smiles. Todas apresentaram retorno negativo superior a 50%.

Na Europa, assim como no Brasil no segundo quarto do ano, os mercados apresentaram forte alta e reportaram o melhor resultado para as bolsas dos últimos cinco anos. Nos EUA, o movimento das ações de tecnologia negociadas na Nasdaq chega a impressionar, com avanço de 30% no ano e batendo recordes sucessivos ao longo das últimas semanas. Já os índices Dow Jones e S&P500, das maiores empresas do país, avançaram cerca de 16%, cravando o maior resultado trimestral desde 1998.

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Para tais números, podemos determinar alguns fatores como os estímulos do Banco Central dos EUA (Fed), a perspectiva de diminuição de infectados pela Covid-19, a reabertura das economias e as expectativas pela descoberta de uma vacina contra o coronavírus.

Ainda no exterior, mas no campo das commodities, o petróleo também apresentou grande rally de alta nos últimos três meses e fechou no maior resultado trimestral em quase três décadas.

De volta ao Brasil

Voltando ao nosso país, outro setor bastante procurado por pequenos investidores (e que já tem quase 900 mil pessoas inseridas na base) tem sido o de fundos imobiliários, medido pelo IFIX, que apresentou recuo de 12% no ano, mesmo após a alta de 5% em junho, seguindo o avanço também registrado em maio, mas com retorno inferior a este mês, de 2%. Para conhecimento de quanto o segmento foi e é afetado pelo momento e pelas perspectivas da pandemia, apenas 13 dos 108 ativos listados no principal índice avançaram nos primeiros seis meses de 2020.

Já o câmbio, fonte de preocupação e atenção de muitos investidores, seguiu se valorizando em junho e, no ano, acumula alta de 35%, cotado a R$ 5,44. Importante ressaltar que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, vem falando há meses no sentido da desvalorização do real. No entanto, a situação que mais aterroriza investidores é saber até onde esse valor poderia subir e o tamanho da oscilação, dado que em um período curto de tempo esteve entre R$ 6,00 (no início do mês de maio) e R$ 4,80, apenas 30 dias depois.

No segmento de renda fixa, após os sucessivos cortes na taxa de juros (que hoje está em 2,25% ao ano), os investimentos mais conservadores trouxeram rentabilidade de 1,75% aos investidores, variação esta que segue a Selic no período.

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Ainda em meio a tantos pontos de interrogação na economia e com alguns países voltando a fechar parte de sua economia, fica evidente que todo este furacão irá passar apenas quando houver de fato uma vacina eficaz e que possa ser produzida em escala global. Antes disso, certamente seguiremos assistindo aos altos e baixos em todos os mercados, mas com apenas uma segurança até o final de 2020: que as taxas de juros dos principais países ficarão em níveis próximos de zero e que, portanto, os investidores terão que buscar maior risco caso queiram ter uma rentabilidade relevante nos seus investimentos, em especial nos de curto e médio prazo.