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Bolsa de valores
Ibovespa encerrou o mês de novembro com alta acumulada de quase 16%.| Foto: Pixabay

Nesta segunda-feira (30) vimos os mercados mundiais encerrarem o mês de novembro com otimismo generalizados. Para se ter ideia, no Brasil, o Ibovespa (principal índice da bolsa brasileira) encerrou com alta acumulada de quase 16%. Foi o terceiro melhor mês no século em termos de rentabilidade, ficando atrás apenas de outubro de 2002, quando o índice avançou 17,9%, e março de 2016, época da queda da ex-presidente Dilma.

Na série histórica, desde julho de 1994, início do Plano Real, este foi o 11º melhor mês fechado para o mercado nacional. No entanto, isso não ocorreu apenas no Brasil. Na Europa, por exemplo, as bolsas dos principais países do continente também bateram recordes. Na Alemanha, o mercado local avançou 15%, enquanto na Espanha a bolsa subiu 25,2%. O índice Pan-European Stoxx 600, que representa as 600 principais empresas de 17 países, avançou 14%, no melhor mês desde 1986. Nos EUA não foi diferente. O índice Dow Jones, que representa as 30 maiores companhias do país, apresentou a maior alta mensal desde janeiro de 1987.

Dentre os principais setores, sem dúvida aquelas ações ligadas a commodities e turismo contribuíram para puxar as bolsas para cima. Na Europa, as ações de empresas aéreas subiram 45%. Nos EUA tivemos aquelas de empresas ligadas a commodities avançando quase 30%, enquanto o setor financeiro subiu mais de 10%. Dentre as maiores altas ficaram as ações da Boeing, que subiram cerca de 50%.

Aqui no Brasil seguimos o mesmo caminho. Ações da aérea Azul, por exemplo, avançaram significativamente, com alta superior a 70% nestas últimas quatro semanas. Um ponto de destaque aqui é que, mesmo diante de tal otimismo nesse curto prazo, o Ibovespa ainda recua 5% no ano. Outros destaques nacionais ficaram por conta de Petrobras, Vale, BRF e Embraer, todas avançando cerca de 30% no mês.

Mercado otimista

E por qual razão vimos tamanho otimismo no mundo todo? Primeiro pelos avanços de vacinas contra a Covid-19, com eficácia acima de 90% nos testes realizados por algumas farmacêuticas, bem como pelo fim das eleições norte-americanas com vitória democrata, mas maioria republicana no Senado, o que encerrou dúvidas sobre possibilidades de considerável elevação de impostos no país nesta próxima gestão.

Outro ponto que favoreceu o mercado nacional foi a volta do investidor estrangeiro, que no ano ainda acumula saldo negativo, mas cuja entrada foi de R$31,5 bilhões até o dia 26 de novembro, maior da série histórica desde 1995. Fica claro, portanto, que o mercado segue a máxima de antecipar os fatos e, neste caso, a perspectiva é de retomada das economias nos próximos meses.

Olhando para frente, o que manterá o apetite no curto prazo pode ser uma definição sobre a política fiscal, com andamento das reformas administrativa e tributária, ainda incertas para o restante de 2020 pela curta agenda do Congresso. No cenário internacional, vale ficar atento aos estímulos que poderão ser implementados pelo novo governo norte-americano além, obviamente, da entrada em produção e início da distribuição de uma vacina contra o novo coronavírus.

Por outro lado, a pergunta que todo investidor deve se fazer agora é se a expectativa de retorno no mercado de renda variável ainda vale a pena considerando-se os níveis de investimentos em outras aplicações financeiras para os próximos meses. Mas este é um tema que vou deixar para as próximas colunas.

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