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Mercado financeiro
Mercados reagem às expectativas e não à realidade dos fatos| Foto: AFP

Preocupações com o aumento do número de casos da Covid-19 mesmo com início da vacinação em dezenas de países; especulação sobre uma possível greve dos caminhoneiros (nos mesmos moldes daquela que paralisou o país em 2018); a situação caótica em Manaus pela falta de oxigênio em meio à pandemia. Ainda disputas envolvendo as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em eleições que ocorrerão no início de fevereiro. Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara, usou o Twitter para dizer que os parlamentares da Casa poderiam voltar do recesso para aprovar medidas urgentes no Congresso. A informação disparou um alerta no lado fiscal. Tivemos ainda a possibilidade de um novo auxilio emergencial; a volatilidade excessiva no preço das commodities (como petróleo, minério de ferro e milho); o endurecimento das regras de lockdown na Europa; dados ruins da economia da China; o presidente dos EUA, Donald Trump, bloqueado nas redes sociais...

Nessa última semana nos deparamos com uma série de acontecimentos relevantes, alguns globais e outros nacionais, mas que não provocaram queda brusca nos mercados de ações, seja lá fora ou aqui no Brasil.

Da mesma forma que enxergamos um cenário complicado e/ou complexo em várias frentes, boa parte dos mercados mundiais segue subindo, dando margem a diversas interpretações, especialmente àqueles que desconhecem a dinâmica do dia a dia nas bolsas. Assim, é de extrema importância afirmar categoricamente que os mercados reagem às expectativas e não à realidade dos fatos.

O antiquíssimo provérbio “sobe no boato e desce no fato” é verdadeiro para quem atua nesse business. Por exemplo, mesmo em meio ao caos vivenciado no país, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 15,9% em novembro, 9,3% em dezembro e segue avançando 2% em janeiro. Em meio a este a rally, os ativos que mais têm sobressaído são aqueles de empresas ligadas a commodities como PetroRio, Petrobras, Bradespar Vale e Cia Siderúrgica Nacional. A primeira destas, inclusive, sobe 137% só nesse período.

Se optarmos por puxar dados do mercado de renda fixa, este também não fica para trás. Obviamente o retorno de curto prazo é diferente para os investidores, mas grande parte dos ativos de médio a longo prazo possuem correlação com a curva de juros futura, ou seja, a expectativa da Taxa Selic para os próximos anos. Por esta razão conseguimos encontrar alguns CDBs de bancos médios e pequenos, por exemplo, com taxas próximas de 10% ao ano quando a Selic atual está em 2%. Importante destacar que, para estes investimentos, há ainda a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para pequenos poupadores.

Retomando o tema principal, fica claro que o dinheiro injetado por diversos Bancos Centrais pelo mundo nos últimos meses tem impactado os mercados de ações. Com as taxas de juros próximas de zero e economias em crise, o dinheiro necessariamente tem que ir para algum lugar e, neste caso, pela relação risco-retorno atual, acaba por se dirigir às bolsas.

Dados divulgados pela B3 nesta segunda-feira (18) e corroborados pela imprensa mostram que apenas em janeiro a entrada de capital externo na bolsa neste início de ano é de R$ 16,55 bilhões, mesmo diante de todas as preocupações citadas acima. Isso mostra que a dinâmica é distinta da realidade e é importante que o pequeno investidor conheça e entenda essa característica para buscar sempre se antecipar aos fatos. No curto prazo é assim que funciona a fluxo. No longo prazo, predominam os resultados das empresas e, portanto, o retorno ao investidor será dado por essa equação.

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