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Após as fortes altas, ainda há oportunidades no mercado de ações?
| Foto: BigStock

Claro que há! Afinal, o mercado de ações é, versus outros investimentos, uma mistura de pesquisa por oportunidades, timing, estratégia, disciplina, paciência e custo de oportunidade.

Dessa forma, importante destacar para os que não acompanham que o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, atingiu sua mínima pontuação no auge da crise da Covid-19 para o mercado brasileiro em 63.590 pontos. Na última sexta-feira (5), por outro lado, encerrou a 94.637 – uma alta de quase 50% em menos de três meses.

Apenas essa informação mostra que vivemos um período absolutamente atípico, tanto no movimento de queda pós-carnaval quanto no avanço nas semanas seguintes.

Desde então, do dia 23 de março até o final da primeira semana de junho, algumas ações têm se destacado fortemente do lado positivo, com registro de alta superior a 100% no período. É o caso de papeis como Via Varejo, Petrorio, Locaweb, CVC, Braskem, Gol, Lojas Marisa e tantos outros.

Para quem não se recorda, em 2008 o mercado nacional também recuou forte, em função da crise do subprime nos EUA. Porém, foram cinco meses de baixa consecutivos, resultando em uma queda de 54% e uma volta de novembro de 2008 a dezembro de 2009 de 137%. Eram outros tempos, outro momento do mundo, mas considero importante a comparação para mostrar a rapidez do movimento atual.

Dito isso, importante apresentar que alguns ativos pouco subiram desde meados de março. Obviamente, cada empresa tem suas próprias características e nuances – e o mercado é apaixonante por isso, por nos obrigar dia a dia a buscar razões para tais comportamentos e traçar perspectivas diante do cenário.

Como exemplo, vemos que as ações de grandes bancos – informadas como oportunidade por mim na coluna anterior – mesmo após forte alta, eram e ainda se encontram como alternativas interessantes para o médio e longo prazo. Considero uma queda superior a 30% no ano exagerada para alguns ativos do setor, mesmo com o momento incerto em que vivemos. Pelo que podemos observar, a gestão destes tem sido adotada para buscar conter o aumento considerável de inadimplência.

Outro ponto que afasta certo temor é a possibilidade, agora um pouco menor, do avanço de elevação de taxação da CSLL no Congresso Nacional. Você pode estar infeliz com a forma que os bancos estão tratando a questão de cessão de crédito em meio à crise econômica, mas não estou aqui para escrever sobre este ponto em específico e sim a respeito de oportunidades de investimento a médio e longo prazo.

Outros setores me chamam a atenção, mas novamente prefiro destacar caso a caso, como da conhecida empresa JBS, uma das líderes globais da indústria de alimentos. Acredito que, ainda no curto prazo, a companhia possa ter uma demanda internacional por proteínas considerável, além de se destacar por sua posição geográfica diversificada e por ter uma receita bastante relevante em dólar.

No campo das small caps, aquelas empresas consideradas com menor valor de mercado e liquidez de negociação, também destaco possibilidades com visão de médio e longo prazo como Mills, a maior empresa de locação de plataformas áreas da América Latina, e Tupy, produtora de materiais que atendem a diversos setores da indústria. Mesmo nos shopping centers, pelo que vêm sofrendo na atualidade, também vislumbro oportunidades.

Importante colocar que este texto não se baseia em recomendação de investimentos, mas sim em mostrar que, na visão de um analista, há oportunidades em qualquer momento de mercado, seja em tempos de crise ou de euforia na bolsa. O que nos traz bons resultados são as pesquisas realizadas, o conhecimento e a paciência de que sua tese esteja dentro daquilo que acredita.

Por essa razão, mais do que nunca, sugiro conhecer as empresas em que está alocando parte do seu dinheiro e não pegar “dicas” de terceiros que possam resultar em catástrofes para o seu patrimônio como um todo. Caso queira ir adiante no seu conhecimento, recomendo escutar profissionais de mercado para que possa formar uma massa crítica antes da tomada de decisão.

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