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Soldados israelenses formam perto da cerca de segurança entre Israel e o norte de Gaza.
Soldados israelenses formam perto da cerca de segurança entre Israel e o norte de Gaza.| Foto: EFE/EPA/NEIL HALL

Em seu livro O Suicídio do Ocidente, James Graham apresenta uma lista de veículos de mídia americanos que são declaradamente de esquerda. A lista inclui os influentes jornais The Washington Post e The New York Times. O viés de esquerda predomina no jornalismo atual, como constata qualquer pessoa que acompanhe o noticiário sobre o massacre terrorista em Israel.

De onde vem a subserviência ideológica da mídia? Ela é consequência da ocupação dos espaços acadêmicos pelo pensamento marxista. A origem desse fenômeno – que é mundial –está em um grupo de filósofos alemães conhecido como Escola de Frankfurt, que se transplantou da Alemanha para os EUA na primeira metade do século XX. Esse grupo contaminou as universidades com pregação de revolta vazia, ódio ao capitalismo e negação dos princípios espirituais, morais e políticos que formam a base da civilização ocidental.

O julgamento é a consequência inevitável de uma boa reportagem – é a conclusão formada a partir de uma descrição verdadeira do que aconteceu.

Aos poucos, essa doutrina de destruição e ressentimento – embrulhada com o presunçoso nome de Teoria Crítica – se tornou a base dos currículos acadêmicos, especialmente nas Ciências Sociais. É isso que o professor dos seus filhos aprendeu nas aulas de Pedagogia. É daí que vem a dominação da mídia pelo discurso esquerdista.

Esse jornalismo progressista rouba das sociedades ocidentais tanto o conhecimento dos fatos quanto a compreensão de suas consequências. Para a maioria resta apenas a opção de consumir uma visão adulterada da realidade, servida em um único sabor: o marxista. Isso é óbvio nas matérias sobre Israel. A maior parte dos jornais nem se preocupa em esconder sua escolha ideológica, implícita na decisão de tratar um estado soberano e democrático – Israel – como equivalente moral de um grupo terrorista satânico (não há outra palavra para descrevê-lo).

Olavo de Carvalho explicou, em seu texto O Lado Elegante do Terrorismo (que integra a coletânea póstuma A Felicidade Geral da Nação: O que restou do imbecil) que um ato terrorista sempre conta com o apoio da mídia ocidental: “Que o terrorismo mantém o mundo num estado permanente de guerra não declarada, todo mundo sabe. Mas essa guerra tem ainda uma segunda peculiaridade: ela é calculada para subtrair antecipadamente das nações atacadas – EUA e Israel em primeiro lugar – toda possibilidade de defesa”.

Não é possível apresentar as versões das vítimas e do criminoso como se fossem lados moralmente equivalentes de uma história.

Para compreender esse fenômeno é preciso estar ciente de que um atentado terrorista nada vale sem o aproveitamento político e midiático de suas consequências. Estas são tão meticulosamente planejadas como o atentado mesmo, o que seria impossível se as organizações terroristas não contassem com uma ampla rede de apoio nos canais formadores da opinião pública de dentro e de fora da nação atacada.

Olavo tinha razão.

A postura da imprensa progressista sobre o massacre de 7 de outubro representa um crime duplo. Primeiro, é um atentado contra os fundamentos da civilização ocidental. Quem justifica terrorismo está subordinando vida, segurança e liberdade à conveniência de doutrinas assassinas.

Segundo, trata-se de uma violação da obrigação de reportar fielmente os fatos. Na discussão desses fatos é válido apresentar diversos pontos de vista, mas sem nunca fugir de um julgamento moral. Jornalistas têm obrigação de julgar? Na maioria dos casos a resposta é sim. O julgamento é a consequência inevitável de uma boa reportagem – é a conclusão formada a partir de uma descrição verdadeira do que aconteceu. A verdade começa com o uso das palavras corretas.

Se alguém diz “um bandido matou minha família” e, em seguida, mostra imagens de um indivíduo esfaqueando uma família até a morte, o julgamento moral é obrigatório. Não é possível, em um caso assim, apresentar as versões das vítimas e do criminoso como se fossem lados moralmente equivalentes de uma história. O uso de linguagem precisa torna o jornalismo legítimo. O jornalista não pode se refugiar no vácuo moral e se referir ao criminoso como “jovem” ou “suspeito”. Mas é exatamente isso que a maioria da mídia faz (exceto quando o “suspeito” é um policial – nesses casos a palavra escolhida pela mídia é “assassino”). O termo correto para quem massacra civis é “terrorista” e não “combatente”.

O inferno jornalístico está cheio de neutralidade. Não é coincidência que os mesmos veículos, pessoas e entidades que não encontram coragem para denunciar o massacre de 7 de outubro são os mesmos que usam os termos mais pesados – como genocídio – para atacar adversários políticos e descrever medidas perfeitamente legais com as quais eles não concordam. Não é à toa que, agora, quando confrontados com o verdadeiro genocídio cometido contra judeus, eles tenham escolhido se calar. Deve ser por falta absoluta de vocabulário.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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