O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (19) o projeto de Lei 1984/21, do deputado federal Roman (Patriota-PR), que dá o nome de Jaime Lerner à nova ponte entre Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná, e Presidente Franco, no Paraguai, obra que está em construção, sendo financiada pela Itaipu Binacional. O projeto, que agora segue para o Senado, no entanto, não agrada os vereadores e empresários de Foz do Iguaçu, que tentam convencer o Congresso Nacional a não aprova-lo.
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Roman justifica o projeto como uma homenagem ao arquiteto e urbanista, prefeito de Curitiba e governador do Paraná, que morreu em maio deste ano. “Ele tinha como lema integrar os povos pelas suas obras. A ponte vai unir duas nações”, apontou o autor da proposta. “Os gênios começam a viver no coração das pessoas depois de sua partida. Jaime Lerner aceitava os diferentes. Figura bondosa e divertida que conquistava as pessoas. Sua obra e seu pensamento são marcas vivas que continuarão por muito tempo”.
Desde que o projeto foi apresentado, todos os 15 vereadores de Foz do Iguaçu, bem como a Associação Comercial da cidade e o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz) vêm se mobilizando para demover os deputados da ideia. “Fizemos uma moção de apelo para que o deputado Roman retirasse o projeto, para que o presidente da Câmara (Arthur Lira) não o colocasse em pauta e para o presidente do Parlasul (Parlamento do Mercosul) Celso Russomano para que agisse para evitar a aprovação. A ponte já foi batizada como Ponte da Integração, tanto do lado brasileiro quanto do lado paraguaio. E é isso que ela representa. Com todo o respeito a figura pública de Jaime Lerner, essa ponte é muito mais que a homenagem a um ex-governador”, disse o presidente da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Ney Patrício (PSD).
“Não houve consulta popular, nem às autoridades locais, nem à Sociedade Civil Organizada, nem à Itaipu, que é quem está bancando a obra e quem deu esse nome de ponte da Integração. Temos a ponte da amizade e, agora, essa que fará a integração econômica entre os dois países deverá se chamar ponte da integração. A sociedade já aprovou esse nome, o lado paraguaio também. É inoportuno um deputado que nem da cidade é propor trocar esse nome”, prosseguiu o vereador.
Com o projeto aprovado na Câmara, o movimento contra a mudança no nome da ponte pretende pressionar o Senado para que rejeite a proposta, ou mesmo o presidente Jair Bolsonaro, para que a vete. “Se for o caso, vamos ao presidente Bolsonaro, que é um dos idealizadores da ponte, esteve aqui fazendo o lançamento da pedra fundamental e, naquele momento, já foi dado o nome de Ponte da Integração”, concluiu Patrício.
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