Secretário Renê Garcia Junior, em prestação de contas na Assembleia Legislativa.| Foto: Orlando Kissner / Alep
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O secretário estadual da Fazenda, Renê Garcia Junior, afirmou, nesta segunda-feira (10), que o estado precisou reduzir a previsão de repasse de recursos para o Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) por conta da redução das receitas do estado após a lei federal que baixou as alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia e comunicações. O secretário admitiu, no entanto, que o Estado deve atender a demanda do Ministério Público do Estado e aumentar o percentual de repasse à instituição. Garcia Junior participou de audiência pública de prestação de contas referente ao segundo quadrimestre de 2022.

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“A despeito da perda de arrecadação ocorrida por conta da redução das alíquotas de combustíveis, energia elétrica e comunicações, que nos gerou perda de arrecadação de 420 milhões em dois meses, estamos conseguindo encerrar o exercício do quadrimestre dentro das projeções da LDO do ano passado. A incerteza fica por conta dos próximos meses”, resumiu o secretário.

Sobre o Fecop, Garcia Junior explicou que o Estado reduziu de R$ 920 milhões para R$ 700 milhões a previsão de orçamento do fundo na Lei Orçamentária Anual apresentada à Assembleia. “É receita vinculada, o fundo é composto por receita do ICMS de combustíveis e energia [2% do arrecadado] com a redução da alíquota, houve redução do volume de arrecadação esperado”, disse.

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O Secretário da Fazenda admitiu, no entanto, que o Poder Executivo deve enviar à Assembleia projeto para aumentar de 4,1% para 4,2% o repasse ao Ministério Público do Estado (MP), atendendo a demanda apresentada pela Procuradoria Geral de Justiça. O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), chegou a apresentar emenda elaborada pelo MP à Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), mas a retirou antes da votação.

“Há uma demanda por parte do Ministério Público, que é legítima, por conta do aumento de despesas que vai ocorrer. Está sendo objeto de estudo e análises e, posteriormente, poderá ser encaminhado à Assembleia, se for o caso, um pedido de reenquadramento”, disse o secretário.

Garcia comentou que não se pode comparar o aumento ao Ministério Público com a redução do Fecop. “São coisas bem distintas, o Fecop inside diretamente sobre a arrecadação com ICMS de energia, comunicação e combustíveis. O dinheiro público é carimbado, tem dotação específica para determinados setores, o Fecop não está relacionado com o orçamento dos outros poderes”, disse. “Eles mandaram as explicações junto com o pedido de suplementação, vai ser analisado e se for constado que haverá o aumento de despesa, será atendido”, acrescentou.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2023 prevê R$ 1,29 bilhão de repasse para o Ministério Público. O 0,1 ponto percentual de aumento reivindicado corresponde a R$ 31,7 milhões a mais para o órgão. “[o recurso] Vai vir de corte das despesas do Executivo, na máquina”, disse o secretário.

Em nota, o Ministério Público do Paraná informou que o pedido de aumento do Orçamento foi feito para atender demandas da gestão institucional, “principalmente pela necessidade de acompanhar as estruturas físicas e de pessoal do Poder Judiciário, para garantir a ampliação do atendimento à população em todo o estado”.

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