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votas às aulas
Volta às aulas já ocorreu na rede municipal de Toledo.| Foto: Divulgação/Prefeitura de Toledo

O estado do Paraná estava preparado para iniciar o ano letivo de 2021 com aulas presenciais em todas as escolas públicas do estado. O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) virou o ano anunciando que as aulas no Paraná iniciariam em 18 de fevereiro já em um sistema híbrido, com metade dos alunos em sala de aula e metade tendo aulas remotas, com alternância entre os grupos que frequentariam a escola. Para isso, o primeiro projeto de lei enviado pelo Executivo à Assembleia Legislativa no ano foi o que tornou educação presencial uma atividade essencial – uma forma de dar segurança jurídica à volta às aulas presenciais mesmo em situação de pandemia.

Um pedido de prefeitos e diretores de escolas adiou por duas semanas essa previsão de retomada e acabou, postergando por quase três meses a reabertura. O ano letivo iniciou em 18 de fevereiro, mas as duas primeiras semanas foram dedicadas a atividades de revisão e avaliação do ano anterior, ainda feitas pelo sistema remoto. Em uma coletiva de imprensa no dia 9 de fevereiro, a Secretaria de Estado da Educação anunciou o retorno das aulas presenciais para 1º de março, apresentando todo o calendário, o cronograma até lá e as medidas sanitárias adotadas.

Quando o anúncio foi feito, a média móvel de casos de coronavírus no estado estava em 2700 novos casos por dia. Os números já eram bem piores que os do terceiro quadrimestre de 2020,  mas o governo afirmava ter segurança de que era o momento correto para voltar, com todos os protocolos estabelecidos. No dia 26 de fevereiro, no entanto, a sexta-feira anterior à data prevista para a reabertura das escolas, a média móvel chegou a 4247 casos, a ocupação de UTIs atingiu 94% e o governador baixou o mais duro decreto de enfrentamento à pandemia até o momento: fechando o comércio e determinando toque de recolher. Neste contexto, o governo achou inviável a retomada das aulas, que foi novamente suspensa.

Os meses de março e abril foram os piores meses de enfrentamento à pandemia em todo o período em que o vírus circula pelo estado e a discussão sobre a volta às aulas esfriou. Questionado, naquele período, o governador Ratinho Junior condicionou a retomada das aulas presenciais à vacinação dos profissionais de educação, diante da previsão de produção de até 1,7 milhão de doses de vacina por dia no país.

Os números da Covid-19 estabilizaram (mesmo que em patamares considerados altos) e a previsão de distribuição de vacinas não se confirmou, o que fez com que o governo passasse a estudar a retomada das aulas antes mesmo da imunização dos profissionais da educação.

Agora, volta às aulas é para valer

Com um plano bem mais cauteloso que o anunciado em fevereiro, o Paraná retoma, a partir desta segunda-feira, as aulas presenciais de forma gradual. Mantendo o modelo híbrido, com as turmas divididas pela metade e todos que optarem podendo ficar exclusivamente no ensino remoto, o estado vai reabrir 200 escolas (10% da rede), em cidades que já retomaram as aulas na rede municipal e não registraram aumento das contaminações por isso. Além disso, a Secretaria de Estado da Educação priorizará a reabertura em instituições que atendem uma população mais vulnerável e com dificuldade de acesso à tecnologia para o ensino à distância. Das principais cidades do estado, Cascavel, Foz do Iguaçu, Gurapuava, Toledo e Umuarama terão escolas estaduais funcionando a partir de segunda-feira.

O Paraná será o oitavo estado brasileiro a retomar alguma forma de ensino presencial nas escolas públicas estaduais: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe já tem parte de seus estudantes frequentando a escola. Além dos números destes estados, que não observaram uma relação direta entre a retomada das aulas presenciais e aumento da contaminação pelo coronavírus, a decisão do Governo do Paraná baseia-se na 2ª edição do Levantamento Internacional de Retomada das Aulas Presenciais, que analisou os resultados da reabertura de escolas em 21 países de diferentes continentes durante a pandemia de Covid-19 e concluiu que na maioria desses países o retorno às aulas presenciais não impactou a tendência das curvas de contágio.

“A gente vai fazer uma abertura gradual, aumentando com o tempo o número de escolas abertas. A gente priorizou escolas em municípios que já abriram (a rede municipal), pela questão de o transporte escolar já está funcionando, o que fica muito mais fácil e mais coerente. E a gente priorizou, também as escolas mais vulneráveis, com menos profissionais no grupo de risco e em que a situação epidemiológica do município esteja mais adequada ao retorno”, explicou o secretário de Educação, Renato Feder. “Todas as escolas estaduais que retomarem as aulas vão seguir todos os protocolos de saúde, obrigatoriedade de máscara para todas as pessoas, distanciamento mínimo de 1,5m, álcool gel abundante, aferição de temperatura e, a necessidade da assinatura de um termo de autorização dos pais ou responsáveis para o retorno do aluno às atividades presenciais”, acrescentou.

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