Durante a entrevista coletiva desta terça-feira, a direção do União Brasil descartou qualquer chance de sucesso da impugnação movida por uma filiada do partido à filiação de Sergio Moro à legenda no Paraná. O presidente estadual da legenda, Felipe Francischini, afirmou que já houve um estudo preliminar do departamento jurídico da sigla recomendando o indeferimento da impugnação e indicando que Sergio Moro estaria com a filiação ao União Brasil do Paraná em dia e apto a disputar as eleições de outubro. Mas o PT já informou que assim que registrada, qualquer candidatura de Moro será impugnada pelo partido, que alega não haver filiação partidária válida para Moro no prazo de seis meses que antecedem o pleito de outubro, como exige a Legislação Eleitoral.
“Pela lei, Moro não tem domicílio eleitoral ou filiação partidária válida para ser candidato no Paraná. O PT já está preparando as medidas judiciais cabíveis para cassar sua candidatura. Afinal, não dá para se candidatar apenas com convicção. A lei é para todos”, escreveu o presidente estadual do PT, Arilson Chiorato.
Moro foi impugnado, no partido, pela filiada Cristiane Mesquita, que alega que o ex-juiz não está filiado ao União Brasil do Paraná no prazo de seis meses que antecede à eleição, uma vez que sua filiação foi ao diretório paulista do partido. “Salienta-se, novamente, que o cancelamento da operação de transferência do domicílio eleitoral de Moro, para a cidade de São Paulo, não implica necessariamente no lançamento automático de seu nome no quadro de filiados do órgão partidário do Paraná, afinal, em nenhum momento o colegiado do TRE/SP se manifestou pela transferência automática, pelo contrário, o próprio impugnado ao preencher sua filiação ao União Brasil fez constar na ficha de filiação o seu endereço de São Paulo e os dados de seu título nesse Estado”, diz o texto da representação.
Como, no momento, Moro é apenas pré-candidato, sua situação política não pode ser questionada junto à Justiça Eleitoral. No momento do registro das candidaturas, a partir de 15 de agosto, é que pode haver impugnação. “Vamos entrar com ação de impugnação de registro de candidatura”, disse Chiorato.
Pré-candidato do PT ao Governo do Paraná, Roberto Requião ironizou a situação de Moro em um vídeo publicado nas redes sociais. “Sergio, me explica qual a sua situação agora. Você estava filiado ao Podemos, seria candidato a presidente da República. Saiu do Podemos, foi para o União Brasil. Lá em São Paulo, sua filiação foi indeferida, porque não consideraram domicílio a moradia em um hotel e anularam a possibilidade sua candidatura. Vi que você fez uma entrevista dizendo que pode ser candidato no Paraná. Me explica como. Se você teve a sua filiação anulada em São Paulo, você não está filiado mais ao União Brasil, está sem filiação partidária. Claro que você pode se filiar a outro partido, mas seria a destempo para essa eleição. Eu quero saber o que você está fazendo nessa jogo todo, qual são as suas intenções”.
Na entrevista coletiva desta terça-feira, Moro comentou a impugnação “Tudo isso é bobagem, é tapetão para evitar que você participe da política. Tem que respeitar a posição da filiada, mas existe aí um risco zero”. Felipe Francischini reforçou: “É uma filiada que a gente respeita, mas que a gente não conhece, não é uma pessoa que tem uma vida ativa dentro do partido. [A impugnação] não tem fundamento algum e responderemos com segurança e respaldo jurídico estadual e nacional”.
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