Técnicos do Ministério da Infraestrutura e da Secretaria de Estado da Infraestrutura do Paraná iniciam, nesta segunda-feira (24) uma série de reuniões para adaptação do modelo de pedágio do Paraná, após a decisão, anunciada na última quinta-feira (20) de substituir o modelo híbrido, desenhado pelo governo federal, pelo modelo de menor tarifa com aporte financeiro, proposto pelo Paraná. A previsão é concluir os trabalhos em 30 dias para submeter as minutas dos editais ao Tribunal de Contas da União, que homologa a licitação.
Cadastre-se e receba as principais notícias do PR pelo celular
A partir desta segunda-feira os técnicos definirão, entre outras questões, a tabela de progressão do aporte (que crescerá conforme a proposta de desconto) e a partir de que percentual de desconto ele será aplicado. Essas duas decisões serão determinantes para o potencial de desconto que se poderá atingir com o edital, uma vez que estes custos serão incluídos na conta financeira das concessionárias para elaboração de suas propostas de tarifa. Para o secretário de Infraestrutura do Paraná, Sandro Alex, não há risco de o desconto ficar abaixo dos 17% previstos pelo modelo anterior.
“Fica a preocupação, se com o aporte não haverá desconto. Você pode ter certeza que vamos ter um desconto livre, em que o mercado dará a menor tarifa que ele entende que é possível dar. Esse parâmetro de 17% não existe mais. Vamos perseguir o menor preço. Que fique claro, não foi uma alteração de projeto para ficar no mesmo. Estamos falando no menor preço. A combinação com o aporte é para que fique no contrato um valor que poderá ser usado na questão do degrau, na redução da tarifa ou em obras que não estão previstas. A modelagem é de menor preço, mas só o menor preço não garante as obras, precisamos de empresas que tenham condições de arcar com as obras”, disse à coluna.
Sandro Alex sugere que o valor do aporte poderá ser utilizado na redução do degrau tarifário, outra queixa do setor produtivo paranaense, uma vez que o projeto prevê a elevação da tarifa em até 40% após a conclusão das obras de duplicação. “Esse aporte, para garantir que a empresa tem fôlego, vai pertencer ao usuário e vai poder a ajudar a resolver outro tema, que é o degrau tarifário. Então, acreditamos que o aporte financeiro servirá para reduzir esse degrau, que é outro problema questionado pelo paranaense. Vamos dirimir, agora, os outros temas. O maior era o preço, o degrau era outro, e vamos buscar resolver o degrau com aporte”, comentou.
O secretário frisou que a substituição da proposta de caução (em que o recurso financeiro era depositado como uma garantia, mas retornaria à concessionária após a realização das obras) por aporte (em que o recurso é depositado a fundo perdido pela empresa) não foi uma cessão do Governo do Paraná ao governo federal na negociação da modelagem. “Foi uma construção, um aperfeiçoamento do modelo. O dinheiro que voltaria para a empresa com a caução, agora, será do usuário. O desconto é livre, teremos concorrência, as empresas darão descontos significativos. E terão que fazer aporte para mostrar que tem capacidade financeira para tocar as obras”.
Aporte é "garantia" de capacidade para projeto de R$ 40 bilhões
Questionado sobre o cálculo em relação ao aporte e a partir de que patamar de desconto ele passaria a ser cobrado, o secretário não antecipou. “Vamos começar a discutir nesta segunda-feira, mas temos o entendimento que já tinha um valor de saída (17%), mas como já tem uma construção de aporte, ele também pode ser revertido em desconto. Ele dá o equilíbrio, é a composição para termos menor preço e obra. Com o aporte, estamos separando os que têm condições de tocar um projeto de R$ 40 bilhões dos que poderiam apresentar um desconto inexequível. Vamos fazer um equilíbrio”, disse, citando, ainda, que obras que o Governo do Estado já vem realizando nas rodovias a serem concedidas serão retiradas do cálculo da tarifa. “Essa tarifa base ainda vai baixar porque o Paraná está realizando obras. Investimentos que foram retirados dos atuais contratos, e a Procuradoria cobrará isso na Justiça, mas que o governador entendeu que não devem esperar mais três a cinco anos para ocorrerem”.
Sandro Alex também confirmou que os seis lotes deverão ser enviados separadamente ao TCU, à medida que as minutas forem sendo concluídas, para agilizar o processo. “Mas tudo será definido a partir desta segunda-feira. O assunto principal era a modelagem; se não constrói a modelagem, não tem delegação de rodovias, não tinha aprovação, não tinha a continuidade de todos os outros questionamentos. Não tinha como discutir obras, localização de praças e outros detalhes, se não tivéssemos definido o menor preço, pois, daí, o governo federal tocaria as rodovias federais e nós as estaduais.”, concluiu.
-
Entenda o papel da comissão do Congresso dos EUA que revelou os pedidos sigilosos de Moraes
-
Resumão da semana: Tio Paulo e a semana em que o Brasil enlouqueceu de vez
-
Lula chama Moraes para jantar e falar sobre um tal de Elon Musk
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião