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Já que ultrapassamos a sexta 13 e nada aconteceu de mais grave ou sério, pelo menos nas imediações da mansão da Vila Piroquinha, Beronha quis saber de Natureza Morta o motivo de tão “fatídica” data. Recorrendo a seu Himalaia de paciência, ele tentou explicar sacando da biblioteca o mestre Luis da Camara Cascudo.
Em “Superstição no Brasil”, Cascudo diz que está diminuindo “o respeito ao número 13”, mas a tradição “ainda é poderosa e vasta por todo o mundo cristão”. Detalhe: o trabalho de pesquisa ganhou forma na década de 1950.

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A exceção e a regra

Tirando as crianças nascidas no dia 13, “porque estas serão felizes”, o 13 “está marcado na superstição popular”, analisa Camara Cascudo, mas admite que “falta-nos conhecer a origem documental da superstição. Ignoramos a razão que obrigava os antigos, no mínimo mil anos antes de Cristo nascer, a evitar o dia 13”.
A imagem popular é que o dia 13 é o dia do contra, dia do tudo às avessas, dia do pé esquerdo. Tanto que Euclides da Cunha, em “Os Sertões”, registra que a primeira coluna militar que seguiu para Canudos, para combater os jagunços de Antônio Conselheiro, saiu do Juazeiro no dia 12 de novembro, à noite, para não sair a 13. “E ia combater o fanatismo”, como ressaltou Euclides.

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O décimo-terceiro

Ainda do livro de Cascudo: na lenda escandinava de Balder, “o mais sábio e mais querido dos deuses, ocorre o número 13 como maléfico”. Resumo: os 12 deuses, reunidos no Asgard, divertiam-se atirando toda a sorte de objetos em Balder, que era invulnerável. Mas surgiu Loki, “entidade astuciosa e inimiga, perfazendo o décimo-terceiro, e induziu Hoder, Hoor, irmão de Balder e deus da guerra, que era cego, a atirar um ramo de visco (Viscum album), a única planta que não prometera a Friga, mãe do herói, a respeitar a vida do filho. Atingido pelo visco, Balder caiu morto”.

Beronha bateu três vezes na madeira, pegou um ganho de arruda e se mandou.

ENQUANTO ISSO…

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