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De carona. Nas cores
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Sobre a “praga dos comboios funerários” nas ruas de Curitiba, como se referiu um leitor, uma coisa é certa: não é por falta de opção que a maioria escolhe carro de cor preta. Um levantamento esboça um cardápio dos mais variados, do Azul Abyssé, Preto Pantera, Verde Coimbra, Bege Júpiter e Cinza Oolong ao Azul Lago Profundo. E não param de surgir cores novas no reino dos automóveis, como se verá.

Alta criatividade

Um texto do jornalista Sérgio Quintanilha, publicado na revista Motor Quatro, número 19 (setembro 2011), bem demonstra a alta criatividade em matéria de cores.
Vai daí,recorrendo à sempre eficiente Seção
Achados&Perdidos, exclusiva do blog, temos a íntegra do texto do Quinta.
– Quem? – interveio Beronha.
– Quinta, o Quintanilha, que faz um comparativo com os nomes de cavalos de corrida. Não os matungos, é claro.
Passamos a palavra:
Hunka Hunka 2.0i Preto Pantera
Existem duas profissões no Brasil que são subvalorizadas: a dos caras que dão nomes aos cavalos de corrida e a dos caras que dão nomes às cores dos automóveis. Não sei quanto essa gente ganha, mas, a julgar pela criatividade dos nomes que criam, deveriam ganhar mais. Sem contar o seguinte: já não existem mais nomes, letras e números disponíveis para batizar tantos carros!
Para exemplificar o que estou dizendo, fiz uma rápida pesquisa nos nomes de cavalos de corrida e de cores de carros.
Comecemos pelos nomes dos bichos. Joe Diesel, Esperta Demais, Cirandinha, Último Furo, Plenty Of Kicks, Feiticeira Regina, Hunka Hunka, Pleni Turbo, Desejada Duda, Zitanic, Energia Cósmica, Gororoba do Ipê, Mensageiro Alado, Inchatillon, Tô Nem Aí, Cisne Branco, Caro Tordilho, Another Xhow, Pecador e Fusili são apenas alguns dos cavalos que participam dos páreos no Jockey Club Brasileiro, na Gávea, Rio de Janeiro.
Agora, algumas cores de carros: Azul Abyssé, Preto Pantera, Cinza Manitoba, Verde Coimbra, Bege Júpiter, Laranja Nemo, Gris Cendré, Azul Lago Profundo, Cinza Oolong, Branco Banquise, Preto Obsidien, Gris Fulminator, Branco Íbis, Bleu Bourrasque e Perla Nera estão aí, rodando nas ruas.
Concorda que essa gente merecia um monumento em homenagem à sua criatividade? E o mais incrível é que não para de surgir cavalos novos e cores novas no reino dos animais e dos automóveis.
Considerando ainda as siglas de cada versão e os números da motorização, vai chegar uma hora em que os criadores dos nomes de cores de carros terão de se unir aos criadores dos nomes de cavalos de corrida. Porque, convenhamos, nomes de lugar já tivemos Parati, Verona, Turin, Malibu, Bel Air, Marajó, Hudson, Elba, Monza, Interlagos, Le Mans, Monte Carlo, Capri, Brasília e muitos outros mais.
Nomes de animais também são comuns na indústria automobilística: Corcel, Puma, Mustang, Pantera, Pinto, Impala, Gremlin, Magusta, Spyder, Rabitt etc.
Portanto, não se surpreenda se no futuro você comprar um Cisne Branco 2.0 GLX Preto Obsidien, um Caro Tordilho 1.8 MPFI Gris Fulminator ou um Another Xhow 3.0i GT Branco Íbis. Pense nisso.
Agora, quem compraria um Gororoba do Ipê 1.0 CL Cinza Manitoba básico, sem ar nem direção?

Outro especialista na área

Atualmente, as cores preta, prata e branca são as mais procuradas porque não desvalorizam o carro na hora da venda. Ao contrário de cores vivas, como amarelo, verde, etc – explica o jornalista Roberto Massignan, editor de Automóveis da Gazeta do Povo.
Quintanilha, de novo: aqui em São Paulo também houve uma época em que todo mundo queria ter carro preto, prata ou cinza. Uma vez a Renault chegou a fazer anúncios na Veja sobre o “lançamento” do Scénic Black Edition.
Única novidade do carro: ser preto. Hoje, aqui em São Paulo, a moda mudou. Ninguém queria carro branco porque é a cor dos táxis daqui. Mas hoje todo mundo quer carro branco. É chique. Algumas concessionárias chegam a cobrar R$ 5.000 (!) para dar um carro branco para o cliente.
Mas há outras gentes, caso do professor Afronsius, Natureza Morta e Beronha,que continua de busão. Ou no pé dois.

ENQUANTO ISSO…


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