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Junho de 1950, duas guerras ganham destaque nos jornais, ocupando as primeiras páginas. A guerra da Coréia e a da IV Copa do Mundo – “depois dos Jogos Olímpicos de Londres a maior festa esportiva que se realiza desde o término do segundo conflito mundial”. Por aqui, a euforia era total.

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“Início triunfal da Copa do Mundo”, mancheteava o jornal O Globo, embalado pela “insuperável demonstração de técnica do scratch brasileiro”. Às vésperas do jogo final, conclamava, em caixa alta: A POSTOS, PARA A ÚLTIMA BATALHA!  Dois dias depois, viu-se obrigado a publicar a manchete que ninguém, entre nós, queria ou sonhava ser possível: “Campeão o Uruguai”. Registrando, com foto, a morte do sargento reformado da Marinha “que não resistiu à derrota do scratch brasileiro”.

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Champanhe guardada

Nos bastidores: ainda do jornal O Globo, temos que o dia tinha amanhecido “cheio de sol e de esperança”. Tudo pronto “para que o Brasil conquistasse o seu primeiro título mundial. Nada foi esquecido, nem mesmo a champanhe, cuidadosamente guardada no Maracanã para que, no final do jogo, fosse tomada dentro da Taça Jules Rimet, por cada (sic) um dos jogadores brasileiros”.

“É certo que havia razões de sobra para que a euforia tomasse conta do país. Estreamos com bela vitória sobre o México (4 a 0) e apesar de um melancólico empate contra a Suíça, em São Paulo (2 a 2), os resultados seguintes, as exibições seguintes pareciam garantir a vitória por antecipação. Aquele ataque demonstrava ser irresistível, e nem mesmo a sólida equipe da Iugoslávia conseguiu anulá-lo no dia em que Zizinho voltou ao ataque, fez uma das mais belas exibições de sua carreira e o Brasil venceu por 2 a 0”.

Na final contra o Uruguai, “aos dois minutos do segundo tempo Friaça recebeu passe de Zizinho, passou por Rodrigues Andrade e chutou forte sem dar possibilidade de defesa ao goleiro Máspoli. Aquele primeiro gol seria o prenúncio de outros, como nos jogos anteriores contra a Espanha e a Suécia? Foi quando um jogador uruguaio, cujo nome ficaria dramaticamente ligado à história do Maracanã, cruzou uma bola para Schiaffino marcar de cabeça. Era Gigghia, que faria mais tarde o gol da vitória uruguaia. O gol que silenciou todo o Brasil. Foi triste aquele final de tarde ensolarada, 16 de julho, 1950”.

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Restou a lição deixada pelos uruguaios: “Os brasileiros esqueceram-se que estavam disputando uma Copa do Mundo”. Gigghia que o diga.

ENQUANTO ISSO…

 

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