Já vi (li) esse filme

• 0

Ao ficar sabendo que a atriz Juliana Paes é a estrela da campanha “Contos Hope”, e que em vídeo de quatro minutos a garota-propaganda da marca mostrará sua sensualidade usando apenas lingerie, Beronha comemorou.
Professor Afronsius e Natureza Morta nem tanto, embora também fãs de Juliana.
É que, no comercial, ela fica presa do lado de fora de um quarto de hotel e “faz de tudo para não ser percebida pelos outros hóspedes”. Entre outras atribulações, recorre a um extintor e o alarme de incêndio. Nada de novo.

Do livro ao cinema

Para explicar o ligeiro ar de desaprovação, professor Afronsius e o solitário da Vila Piroquinha foram direto ao motivo, que não é, evidentemente, a atriz.
– O Homem Nu é uma das 40 crônicas do livro que leva o mesmo nome. Escrito por Fernando Sabino, foi publicado em 1960 pela Editora do Autor, aliás, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta – adiantou o vizinho de cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha.
Nos episódios – e reflexões sobre o cotidiano -, O Homem Nu mostra um homem que, ao apanhar o pão, acaba do lado de fora do apartamento, em trajes de Adão, como se dizia. Por uma razão qualquer, uma corrente de vento, a porta bateu e…
Conforme o combinado com a esposa, a ordem era não atender à porta, para vencer pelo cansaço um cobrador. Assim, de nada adiantou à vítima do destino tocar a campainha ou bater pedindo socorro.
E o drama do peladão continua, com direito a breve refúgio no elevador.
A crônica virou filme em 1968, com roteiro do próprio Sabino e dirigido por Roberto Santos, com Paulo José no papel do homem pelado.
Em 1997, a refilmagem, pelo também inesquecível Hugo Carvana, agora com Claudio Marzo interpretando o homem em apuros.
– Vai daí que, de novidade mesmo, só a beleza de Juliana, o que, aliás, não é novidade… – deram ponto final Natureza e o professor Afronsius, enquanto nosso anti-herói de plantão corria à internet para saber “quando a propaganda vai ao ar”…

ENQUANTO ISSO…