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Nada pessoal
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Antigamente, não muito antigamente, era comum encontrar o aviso: “Cuidado. Atrás de uma bola sempre vem uma criança”. Caiu em desuso, parece. Hoje, o alerta bem poderia ser outro: “Cuidado. Na frente ou atrás de um ser humano parado na calçada sempre tem um cachorro”.
Nada contra a cachorrada, pelo menos essa, a de animais domésticos, mas contra certas pessoas que, comboiando um cachorro, ou sendo comboiadas por um cachorro, esquecem que as vias públicas e praças também são reservadas aos míseros bípedes que usam vestidos, ternos, gravatas, pagam IPTU, IR e IPVA.
– Afinal, nunca se sabe se o simpático animalzinho não é dado ao secular hábito que morder a canela ou o calcanhar de um incauto transeunte.

Gente, gente de primeira classe

A irritação de Natureza Morta procede. Ao voltar da Pastelaria Catavento, pisou em três pequenos montículos de cocô estrategicamente espalhados.
– “Cortei” o pé…
Isso depois de ouvir, na porta da pastelaria, um latido e a reprimenda, em voz feminina.
– Au! Au! Au!
– Para, quieta, Laura, quieta! Quieta, Laura!
Laura? Pois é, logo cachorro terá nome e sobrenome, algo como Lúcius Demetrius Leopoldina de Orleans e Bragança. Professor Afronsius concordou. Embora proprietário do Schnapps, um cachorro que adora música clássica. Sem falar que, no melhor estilo famplástico mundo novo, Schnapps não faz cocô nem xixi. Ou melhor: como qualquer mortal, ele “satisfaz suas necessidades fisiológicas”. Em casa, antes de sair às ruas.
Algo como os cinematográficos Lassie e Rin Tin Tin.
Mesmo assim, professor Afronsius acha que tem muita gente exagerando.
E não é de hoje. O então ministro Rogério Magri, do Trabalho no governo Collor, não chegou a afirmar que, abre aspas, “cachorro também é gente”?

Em breve, lentes de contato

A “humanização” do melhor amigo do homem virou um grande negócio. Temos hoje terapeutas para cães, salão de beleza, banho de banheira e até fraldário. Logo, quem vai duvidar, chegaremos às lentes de contato. Alguém já disse que cachorro virou a nova televisão.
– Tem a capacidade de unir as pessoas. Próximo passo: computador, a internet?
E tem, entre outras piadas, aquela de um sujeito dono de um cachorro brabo, brabo mesmo, verdadeira fera. Um vizinho quis saber de que raça era e de onde veio.
– Não sei. Eu só raspei o pelo e a juba. Ganhei de um amigo que tinha um circo que faliu.

ENQUANTO ISSO…


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