Em matéria de clima, continuamos dando um baile em todo mundo. Não é novidade, mas, na terça e ontem, ele se superou. E virou um desafio até para a turma que vive fazendo piadas a respeito de nosso clima. Esgotou o repertório, não há mais nada a dizer – em tom de brincadeira ou gozação. Ou, a sério. Fomos além das quatro estações num só dia.
Vai daí que só restou uma sugestão: criar a Universidade Mundial de Meteorologia em Curitiba. Teríamos, além das aulas teóricas e práticas, muita pesquisa de campo. Afinal, são as cinco estações em um só dia ou de hora em hora. Existe algo mais fértil para estudos e pesquisa, ao vivo e a cores?
Alguém observou que as estações do ano são quatro, não cinco.
– Isso em outros lugares do mundo. Aqui, já surgiu a quinta. E corremos o risco de uma sexta estação, com direito a aurora boreal. Ou chuva de meteoritos.
Muita gente gostou a ideia. Mais uma contribuição curitibana (tentativa) ao primeiríssimo mundo. E a universidade já teria um local para sede: o estádio do Pinheirão.
Afinal, onde estamos?
Beronha, que voltou a usar galocha e aquele boné de padeiro, com abas para proteger as zorelhas, como ele diz, procurou Natureza Morta na esperança de ouvir, pelo menos, alguma opinião recente. O solitário da Vila Piroquinha, macaco velho, fez cara de desentendido e recorreu à biblioteca:
– Segundo as enciclopédias, meteorologia é o estudo científico da atmosfera em escala global, dentro de regiões e em localidades específicas – e a formulação de conclusões que permitem elaborar as previsões do tempo. Ocupa-se principalmente dos balanços energéticos, balanços hídricos e de circulação de correntes oceânicas e atmosféricas, e envolve a medição instrumental de elementos como temperatura e pressão.
E nada mais disse, embora perguntado. Beronha, então, procurou um consolo:
– Mas, pelo menos, não temos mais de responder, em outra cidade, a inevitável pergunta: como está o tempo em Curitiba?
– O de sempre.
Aqui o tempo não passa. Atropela.
Restou uma especulação: o que vem ocorrendo é um ensaio geral para o Carnaval 2012. Algo para atrair, de fato, a atenção do mundo, um Carnaval com frio e neve. Carnaval no gelo, se quiserem, e com direito (os foliões mais animados) à prática do curling, aquele jogo da chaleira e das vassourinhas. Vai ser notícia, no mínimo, no New York Times.
O que não é pouco, convenhamos.
ENQUANTO ISSO…