Sem criatividade, Gilberto Braga repete recurso do quem matou em Babilônia

Um amigo bem que comentou no começo de “Babilônia” que estava só esperando quem iria ser assassinado. Afinal, em se tratando de novela de Gilberto Braga…E eu desdenhei. Não era possível que, em pleno 2015, com a TV aberta perdendo cada vez mais audiência, e com ótimas opções de séries na TV a cabo e Netflix, Braga fosse investir num recurso saturado nas novelas: o “quem matou”. Mas, assim como nas suas últimas quatro novelas (“Força de um Desejo” (1999), “Celebridade” (2003), “Paraíso Tropical” (2007), “Insensato Coração” (2011), o autor resolveu se repetir à exaustão. No capítulo de ontem (13), Murilo (Bruno Gagliasso) foi assassinado com um triturador de gelo.

Merece destaque, no entanto, o jeito como o personagem morreu: no meio da pista da dança (tá, um pouco forçado, né?) em uma sequência bem dirigida e com boa fotografia. Pelo menos, não repetiu as tramas anteriores, nas quais os personagem morriam quando abriam a porta e diziam: “você?” sendo alvejados com três tiros.

Ruim, no entanto, foi a forma em que os suspeitos foram apresentados e a forma como o triturador (arma do crime) apareceu no capítulo. Takes óbvios e que causaram cansaço no telespectador.

Além de não causar burburinho nenhum a morte de Murilo (já que “Babilônia” é um desastre por completo), é bom também não esperar por um final surpreendente como o de “Vale Tudo”. É só lembrar que em “Celebridade”, Laura (Cláudia Abreu), a vilã da novela, foi a assassina de Lineu (Hugo Carvana), Olavo (Wagner Moura) o algoz de Taís (Alessandra Negrini) em “Paraíso Tropical” e em “Insensato Coração”, foi a vez de Wanda (Natália do Valle) eliminar a vilã para proteger o filho.

Só nos resta lamentar essa colcha de retalhos sem pé nem cabeça que se tornou “Babilônia” e torcer para que João Emanuel Carneiro e Amora Mautner surpreendam os telespectadores em “A Regra do Jogo”.

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