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Notei, no entanto, que a maioria dos comentaristas tem a mesma dúvida que poderia se resumir em: “Como a Gazeta mantém um profissional tão desqualificado em seu quadro?” Tentei buscar a resposta, mas em vão. Minha teoria é que eu tenho uma beleza tão arrebatadora que todos ao meu redor pagariam parte do meu salário para que eu não trocasse de emprego. É algo que não posso mudar. Infelizmente nasci na mesma categoria dos galãs do cinema. Sou uma espécie de Marcello Antony careta e mau humorado.

Sou belo. Porém, humilde. E dou espaço para os que não foram agraciados esteticamente e não podem usar o charme como uma forma de angariar um salário honesto no fim de mês. Vejam o exemplo do Junior, que não gostou de meus comentários sobre o novo filme do Almodóvar e mandou um texto com uma opinião diferente. Então acompanhe:

Paella com Chilli

Por Junior, extraído do blog Silêncio Dissimulado

Degustei o sabor caliente de Abraços Partidos ontem a noite. O novo do Almodóvar foi simplesmente um deleite, como quase todo filme dele o é. Sua nova produção nos faz esquecer o presunto estragado e esquecido no fundo da geladeira que é Volver.

O roteiro conta a história de Harry Caine, outrora chamado de Mateo Blanco – um diretor de cinema que ficou cego e começou a escrever roteiros. Em meio a flashbacks, entendemos o desenrolar da trama. Penélope Cruz – belíssima no papel de Lena – vive uma secretária que sonha em ser atriz. Ela conquista o papel principal no novo longa do diretor: “Garotas e Malas”, uma comédia pastelão que induzidamente lembra “Mulheres à beira de um ataque de nervos”. Desconfiado da traição de Lena, seu namorado, o magnata Ernesto Martel manda o filho pão-com-ovo-indie-feia-cabeluda segui-la e filmá-la “por onde quer que andares”. Ao contrário de alguns de seus outros filmes, Abraços Partidos termina com uma cena de “Garotas e Malas”, o que não nos deixa imóveis e passados na poltrona, mas proporciona o alívio cômico para descolar qualquer bunda da cadeira. Até as mais passadas.

Os planos maravilhosos como a escultura móvel, os raios-x e as fotos rasgadas são os sabores doces do filme. Com experiências sensoriais além da visual, Almodóvar nos exibe, a sua maneira estética, os dramas e prazeres de um homem cuja profissão era manipular imagens e que perde a visão. Uma história sobre a paixão pelo cinema e pela carne tenra (não trêmula, bem dura por sinal), encenada por atuações expressivas e maravilhosas do elenco. A emoção espanhola misturada à pimenta mexicana das tramas infinitas de Almodóvar é uma verdadeira refeição, adorada por todos nós.

Ps. Espero que com esta questão resolvida os comentários feitos neste blog possam contribuir mais com as discussões.

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